Está perto de se aposentar?
Entenda a regra dos "4%" e saiba quanto custa viver bem
SÃO PAULO – Você está prestes a se aposentar, ou mesmo que ainda
falte muitos anos para parar de trabalhar, já está pensando em qual será a sua
renda naquela fase da vida?
Pois este assunto está cada vez mais na pauta dos profissionais de
finanças pessoais, devido à recente queda nas taxas de juros. O
especialista da Money Fit, André Massaro, lembra que, no Brasil, apesar de
haver um programa de aposentadoria social, a renda proporcionada pelo INSS
quase nunca é suficiente para manter o padrão de vida das pessoas. Por isso, ele
ressalta que existem várias fórmulas usadas para calcular qual o valor que uma
pessoa deve acumular ao longo da vida para se aposentar confortavelmente. Uma
delas, e talvez a mais conhecida, é a regra dos 4%.
“A regra diz que a pessoa deve sacar 4% de seu patrimônio no
primeiro ano de aposentadoria e viver daquele valor durante o ano. No ano
seguinte, ela deve sacar o mesmo valor do ano anterior acrescido da inflação no
período, e assim sucessivamente nos anos seguintes, durante 30 anos”, explica.
Regra muito otimista Entretanto, ele ressalta que muitas pessoas
não acreditam neste modelo, alegando que ele é excessivamente otimista e que
pode não garantir os tão sonhados 30 anos de aposentadoria tranquila.
Para se ter uma ideia, Massaro fez uma simulação. De acordo com
ele, se uma pessoa conseguir juntar R$ 1 milhão para se aposentar, pela regra
dos 4%, ela poderá usar R$ 40 mil no primeiro ano, ou seja, R$ 3,333 mil por
mês. “Para muitos pode não fazer sentido acumular um milhão com tanto
sacrifício para ganhar menos que na previdência pública”, afirma Massaro.
Ele ainda ressalta que, para se aposentar com R$ 10 mil por mês,
uma pessoa precisaria juntar R$ 3 milhões (isso sem considerar a inflação no
período). “Se considerarmos uma inflação de 3% ao ano, vamos para mais de R$ 7
milhões”, aponta.
Mais risco na carteira De acordo com Massaro, com a queda de juros
no País e a tendência de que haja ainda mais cortes, os investidores
precisarão adicionar cada vez mais risco às carteiras para garantir
uma aposentadoria satisfatória.
O economista e professor de finanças Richard Rytenband, concorda.
Para ele, não assumir riscos nos investimentos é um dos maiores riscos para a
aposentadoria. “A maioria das pessoas ainda não entendeu bem a dimensão real
desta mudança [redução dos juros] e seus impactos. A saída será poupar mais e
assumir risco, caso contrário não será possível atingir um montante que dê
tranquilidade as pessoas na velhice. A boa notícia é que nunca foi tão bom
investir em ações e imóveis”, conclui.
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