terça-feira, 8 de maio de 2012

SECA NA BAHIA


Bahia: pior seca em 47 anos tem 228 cidades em situação de emergência


Em Pernambuco, são 56 municípios em situação de emergência e no Piauí, 102. As perdas nas lavouras de milho e feijão chegam a 95%. Uma cidade do interior da Bahia está há dois anos sem chuva.

Uma cidade do interior da Bahia está há dois anos sem chuva. O estado e o nordeste do país vivem uma das piores secas dos últimos tempos. A estiagem destruiu muitas plantações. O que vingou é pouco ou não serve para o consumo. Por isso, o preço dos alimentos está disparando. Até as tradicionais festas de São João estão ameaçadas.
É preciso uma longa e sofrida caminhada pela caatinga para buscar água salobra em uma nascente. Na região da zona rural de Juazeiro, no sertão da Bahia, essa é a única maneira de não pagar pelo abastecimento em povoados vizinhos. “Quem quiser água melhor tem que buscar na goiabeira pagando carro, todos os dias”, revela a dona de casa Fabiana Ferreira.

A água também fez falta nas plantações de melão. “Nós perdemos tudo, completo. Fizemos só gastar e pronto”, diz o agricultor Hélio Conceição. “Eu estou com 67 anos. Cresci aqui e nunca vi uma seca como essa”, declara o agricultor Inácio dos Santos.

A pior seca dos últimos 47 anos na Bahia atinge praticamente todo o estado. Os prejuízos na agricultura ainda não foram calculados. Ao todo, 228 municípios estão em situação de emergência. Outros estados também são castigados.
Em Pernambuco, são 56 municípios em situação de emergência e no Piauí, 102. As perdas nas lavouras de milho e feijão chegam a 95%.

Quem está a quilômetros de distância das regiões atingidas também sente os efeitos da estiagem no bolso. Em Salvador, os preços da farinha de mandioca, do milho e, principalmente, do feijão - todos produzidos no interior do estado - dispararam de um mês para cá por causa da escassez.
O feijão mulatinho, um dos mais procurados nas feiras livres, bateu recorde de aumento. O quilo está custando R$ 10, o dobro do que o consumidor pagava até março. “Temos que alimentar. Não pode ficar sem o feijão. Você tem que pagar pelo preço”, critica o motorista Dermeval Silva.

O turismo também vai pagar o preço alto. Na Bahia, cinco cidades já confirmaram o cancelamento das tradicionais festas de São João, e outras sete anunciaram que vão reduzir a duração dos festejos.

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