quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

E O PÃO NOSSO DE CADA DIA?


Governo do RS e União vão liberar trigo para alimentação de animais

Medida foi anunciada nesta quarta-feira durante reunião do CDES. 
Produtores, no entanto, querem medidas permanentes de combate à seca.

O Governo do Rio Grande do Sul e a União vão liberar trigo para a alimentação de animais em propriedades afetadas pela estiagem. Os pequenos produtores rurais, no entanto, querem medidas de longo prazo para combater a seca que atinge o estado desde novembro de 2011.
A doação foi anunciada nesta quarta-feira (8) durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) do Governo gaúcho. “Nós esperamos até sexta-feira liberar as primeiras 14 mil toneladas para que os agricultores familiares acessem para a alimentação do gado”, disse Mari Perusso, coordenadora da Sala de Situação do Governo sobre estiagem.
Para os representantes dos agricultores que participaram da reunião, no entanto, as medidas tomadas até agora para enfrentar a seca ainda são insuficientes. Eles entregaram ao Governo a proposta de um programa de armazenamento de água. “(A proposta) prevê estruturas de cisternas e micro açudes. Nós precisamos de uma política que ataque as causas e não apenas as consequências”, diz Airton Hochscheid, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag).
Com a seca, os produtores de leite da região de Erechim, no Alto Uruguai, dizem ter prejuízos de R$ 800 mil por mês. Para não perder ainda mais, alguns pecuaristas compraram ração e insumos, que subiram 20%. “Por isso que a produção caiu menos do que o esperado, porém o custo do produtor de leite aumentou bastante”, diz o presidente da Cooperativa de Produtores Rurais, Edson Luis Sirena.
A chuva dos últimos dias trouxe novas mudas que renovam o pasto em Bagé, na região da Campanha. Entre os arrozeiros, que perderam cerca de 12% das lavouras, a expectativa é grande. “Aquela parte que estava sendo abandonada, nós vamos retomar a atividade e colocar água nela novamente e salvar o que poderia ser perdido”, conta Ricardo Zago, presidente da Associação dos Arrozeiros de Bagé.
Na mesma região, a água também renovou as esperanças dos produtores de soja. Segundo o produtor rural João Augusto Rubin, é a oportunidade de amenizar as perdas de 20% já registradas com a lavoura. “Está terminando a floração e começando a colocar as vagens. Se der mais uma chuva, enche o grão e a gente consegue ter uma produtividade boa”, garante.

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