Poupança é opção de investimento
para quase 100 milhões de brasileiros
Pela regra atual, quem depositou R$ 1
mil, teria rendimento de R$ 74 após um ano. Na regra nova, aplicação teria um
rendimento menor, de R$ 68.
Para economistas, as mudanças
feitas na caderneta de poupança abrem caminho para uma maior redução de juros
no país. A poupança é uma opção de investimento para quase 100 milhões de
brasileiros. É a opção mais tradicional, escolhida principalmente pelos
pequenos poupadores.
Qualquer alteração na regra da poupança é muito delicada, mas o governo
precisava mexer nas regras para não criar uma distorção na economia.
“Se os juros ficarem muito baixos e a remuneração da poupança continuar
alta, corre-se o risco de os investidores saírem dos títulos públicos e
correrem para poupança. Vai faltar financiamento pro Tesouro, vai sobrar para
habitação”, fala o economista do Itaú BBA, Guilherme da Nóbrega.
Criada por Dom Pedro II, para recolher pequenas economias dos
brasileiros, a poupança se popularizou por ser um investimento simples e
garantido pelo governo. Mas a regra antiga, que determinava remuneração mínima
de 6% ao ano, é incompatível com o cenário de juros baixos perseguido pelo
governo, porque cria um limite para a queda da taxa Selic.
“Não faz sentido você ter um piso mínimo para juros, é como você ter um
elevador que não pode ir até o térreo, só vai até o terceiro andar, às vezes
você precisa ir até lá embaixo, você tem que liberar esse grau de liberdade
total para os juros poder subir ou cair conforme anda a economia”, explica o
professor de economia da FEA, Fábio Kanczuk.
Pela regra atual, quem depositou R$ 1 mil na caderneta de poupança,
teria um rendimento de R$ 74 depois de um ano. Na regra nova, se a Selic cair a
8%, por exemplo, a mesma aplicação teria um rendimento menor, de R$ 68.
“Ele vai perder na poupança dele que vai render menos, mas vai ganhar,
por exemplo, por ter mais oferta de trabalho e mercado de trabalho mais
aquecido, crescimento econômico maior e o salário dele maior”, completa Fábio.
Em nota, o Banco Central informou que a medida adapta a caderneta de
poupança ao novo cenário brasileiro e com isso consolida as bases para o
crescimento econômico sustentável.
“Juros baixos permitem que as pessoas tomem empréstimos em condições
mais favoráveis, se permite que haja mais investimentos, investimentos mais
viáveis, mais investimentos se tornam viáveis quando os juros são mais baixos e
isso ajuda o país a crescer mais”, diz Guilherme.
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