sexta-feira, 4 de maio de 2012

VIU? MEXERAM NA SUA POUPANÇA!


Poupança é opção de investimento para quase 100 milhões de brasileiros



Pela regra atual, quem depositou R$ 1 mil, teria rendimento de R$ 74 após um ano. Na regra nova, aplicação teria um rendimento menor, de R$ 68.


Para economistas, as mudanças feitas na caderneta de poupança abrem caminho para uma maior redução de juros no país. A poupança é uma opção de investimento para quase 100 milhões de brasileiros. É a opção mais tradicional, escolhida principalmente pelos pequenos poupadores.
Qualquer alteração na regra da poupança é muito delicada, mas o governo precisava mexer nas regras para não criar uma distorção na economia.
“Se os juros ficarem muito baixos e a remuneração da poupança continuar alta, corre-se o risco de os investidores saírem dos títulos públicos e correrem para poupança. Vai faltar financiamento pro Tesouro, vai sobrar para habitação”, fala o economista do Itaú BBA, Guilherme da Nóbrega.
Criada por Dom Pedro II, para recolher pequenas economias dos brasileiros, a poupança se popularizou por ser um investimento simples e garantido pelo governo. Mas a regra antiga, que determinava remuneração mínima de 6% ao ano, é incompatível com o cenário de juros baixos perseguido pelo governo, porque cria um limite para a queda da taxa Selic.
“Não faz sentido você ter um piso mínimo para juros, é como você ter um elevador que não pode ir até o térreo, só vai até o terceiro andar, às vezes você precisa ir até lá embaixo, você tem que liberar esse grau de liberdade total para os juros poder subir ou cair conforme anda a economia”, explica o professor de economia da FEA, Fábio Kanczuk.
Pela regra atual, quem depositou R$ 1 mil na caderneta de poupança, teria um rendimento de R$ 74 depois de um ano. Na regra nova, se a Selic cair a 8%, por exemplo, a mesma aplicação teria um rendimento menor, de R$ 68.
“Ele vai perder na poupança dele que vai render menos, mas vai ganhar, por exemplo, por ter mais oferta de trabalho e mercado de trabalho mais aquecido, crescimento econômico maior e o salário dele maior”, completa Fábio.
Em nota, o Banco Central informou que a medida adapta a caderneta de poupança ao novo cenário brasileiro e com isso consolida as bases para o crescimento econômico sustentável.
“Juros baixos permitem que as pessoas tomem empréstimos em condições mais favoráveis, se permite que haja mais investimentos, investimentos mais viáveis, mais investimentos se tornam viáveis quando os juros são mais baixos e isso ajuda o país a crescer mais”, diz Guilherme.

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