segunda-feira, 26 de março de 2012

EIS O TRABALHO DOS POLÍTICOS


Salvar a indústria



A luta dos brasileiros pela criação de uma indústria nacional é longa. Repleta de episódios marcantes. Desde as primeiras tentativas, forças poderosas levantaram-se como obstáculo.
No decorrer do período colonial, a proibição das autoridades portuguesas a qualquer tentativa de se instalar uma indústria local. Tudo era proibido. Somente matérias-primas podiam ser exportadas.
O máximo que ser permitiu foi a construção de engenhos de açúcar, particularmente no Nordeste. Antes, apenas as madeiras nobres - malefício até hoje presente - eram extraídas e remetidas ao exterior.
Nada era permitido, durante séculos. As primeiras iniciativas foram tardias. A fundição instalada em Sorocaba (SP) é marco. Restam escombros como sinal dos muitos fracassos.
Mais tarde, com a chegada dos imigrantes, especialmente italianos, iniciou-se uma caminhada que desemboca na Revolução de 30. Aí, graças ao nacionalismo dos tenentes, as coisas se alteraram.
Começaram a se implantar áreas industriais por todo o litoral. Fábricas incipientes. Pouco produtivas. Deram, no entanto, o impulso para o futuro.
No planalto paulista, as indústrias cresceram por toda a parte. Pesadas edificações comportavam milhares de trabalhadores, em situação, muitas vezes, insalubre.
Era a Revolução Industrial, com todas as suas mazelas e traços de progresso, a se estender por amplos espaços físicos. O Brasil passava a produzir uma série de bens.
Tudo se acelerou com a luta pelo petróleo. Empolgou milhares de pessoas. Só os céticos, com visão retrógrada, não apoiaram a luta pelo petróleo em mãos brasileiras.
Getúlio Vargas - herdeiro dos ideais de 1930 - teve a coragem e o discernimento de criar a Petrobras; Foi a grande vitória da nacionalidade. Os pessimistas - ou antinacionais - se opuseram ao monopólio estatal do petróleo.
Foi em vão. O petróleo, agente de tantas guerras, passou a ser extraído e refinado por brasileiros. Tudo deu certo. Hoje, a Petrobras é orgulho de todos. Uma vitória da nacionalidade.
Após 1950, tudo se acelerou. Veio Brasília, outro motivo de auto-afirmação. A indústria automobilística. As muitas indústrias de base. A coragem de instalar hidrelétricas próprias ou em ousadas e exitosas parcerias binacionais.
Depois, o período do neoliberalismo. Perverso. Dilapidou muitas das conquistas anteriores. Permitiu a fuga de muitos setores. Foi um instante nebuloso da vida econômica do País.
Após o domínio imposto por uma turba de intelectuais, muitas vezes envergonhados pela brasilidade, voltou-se a pensar a partir de valores nacionais.
Agora, o governo federal deve se lançar - junto com os sindicatos de todas as categorias - em defesa da indústria brasileira. Não pode assistir passivamente a invasão desmedida de quinquilharias vindas de outras partes.
A indústria brasileira precisa e deve ser protegida. Não se pode lançar ao ralo o esforço de gerações de abnegados empresários e os empregos de milhares de trabalhadores.
Estamos em período pré-eleitoral. É momento de exigir dos candidatos clara exposição de pensamento sobre o tema. Protecionismo racional ou perda da capacidade produtiva?
É pergunta que exige resposta dos pretendentes aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador. Os municípios é que sofrem diretamente com o desemprego e o empobrecimento da produção nacional.
Queremos saber a posição dos candidatos. É exigência da cidadania.

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