Salvar
a indústria
A luta
dos brasileiros pela criação de uma indústria nacional é longa. Repleta de
episódios marcantes. Desde as primeiras tentativas, forças poderosas
levantaram-se como obstáculo.
No decorrer do período colonial, a proibição
das autoridades portuguesas a qualquer tentativa de se instalar uma indústria
local. Tudo era proibido. Somente matérias-primas podiam ser exportadas.
O máximo que ser permitiu foi a construção de
engenhos de açúcar, particularmente no Nordeste. Antes, apenas as madeiras
nobres - malefício até hoje presente - eram extraídas e remetidas ao exterior.
Nada era permitido, durante séculos. As
primeiras iniciativas foram tardias. A fundição instalada em Sorocaba (SP) é
marco. Restam escombros como sinal dos muitos fracassos.
Mais tarde, com a chegada dos imigrantes,
especialmente italianos, iniciou-se uma caminhada que desemboca na Revolução de
30. Aí, graças ao nacionalismo dos tenentes, as coisas se alteraram.
Começaram a se implantar áreas industriais
por todo o litoral. Fábricas incipientes. Pouco produtivas. Deram, no entanto,
o impulso para o futuro.
No planalto paulista, as indústrias cresceram
por toda a parte. Pesadas edificações comportavam milhares de trabalhadores, em
situação, muitas vezes, insalubre.
Era a Revolução Industrial, com todas as suas
mazelas e traços de progresso, a se estender por amplos espaços físicos. O
Brasil passava a produzir uma série de bens.
Tudo se acelerou com a luta pelo petróleo.
Empolgou milhares de pessoas. Só os céticos, com visão retrógrada, não apoiaram
a luta pelo petróleo em mãos brasileiras.
Getúlio Vargas - herdeiro dos ideais de 1930
- teve a coragem e o discernimento de criar a Petrobras; Foi a grande vitória
da nacionalidade. Os pessimistas - ou antinacionais - se opuseram ao monopólio
estatal do petróleo.
Foi em vão. O petróleo, agente de tantas
guerras, passou a ser extraído e refinado por brasileiros. Tudo deu certo.
Hoje, a Petrobras é orgulho de todos. Uma vitória da nacionalidade.
Após 1950, tudo se acelerou. Veio Brasília,
outro motivo de auto-afirmação. A indústria automobilística. As muitas
indústrias de base. A coragem de instalar hidrelétricas próprias ou em ousadas
e exitosas parcerias binacionais.
Depois, o período do neoliberalismo.
Perverso. Dilapidou muitas das conquistas anteriores. Permitiu a fuga de muitos
setores. Foi um instante nebuloso da vida econômica do País.
Após o domínio imposto por uma turba de
intelectuais, muitas vezes envergonhados pela brasilidade, voltou-se a pensar a
partir de valores nacionais.
Agora, o governo federal deve se lançar -
junto com os sindicatos de todas as categorias - em defesa da indústria
brasileira. Não pode assistir passivamente a invasão desmedida de
quinquilharias vindas de outras partes.
A indústria brasileira precisa e deve ser
protegida. Não se pode lançar ao ralo o esforço de gerações de abnegados
empresários e os empregos de milhares de trabalhadores.
Estamos em período pré-eleitoral. É momento
de exigir dos candidatos clara exposição de pensamento sobre o tema.
Protecionismo racional ou perda da capacidade produtiva?
É pergunta que exige resposta dos
pretendentes aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador. Os municípios é
que sofrem diretamente com o desemprego e o empobrecimento da produção
nacional.
Queremos saber a posição dos candidatos. É
exigência da cidadania.
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