Carne: polêmica sobre uso de aditivo pode afetar demanda
Nova
York, 27 - A polêmica gerada pelo uso de um produto que é adicionado à carne
moída, chamado de "lodo rosa" por críticos, tem afetado negativamente
a demanda por carne bovina no curto prazo, informou nesta terça-feira o
executivo-chefe de operações da Tyson Foods, Jim Lochner, durante uma
apresentação a investidores.
O aditivo é feito de sobras dos cortes dos animais. As
processadoras removem a gordura desses restos e, em alguns casos, tratam a
carne com hidróxido de amônia. O produto, então, é misturado à carne moída,
geralmente tornando-a mais magra.
A polêmica, que levou várias redes de supermercados a anunciar
que não venderiam carne contendo o produto devido a reclamações de
consumidores, "tem pressionado bastante o consumo de carne moída",
afirmou Lochner.
Ele acrescentou, no entanto, que a controvérsia deve ser algo
momentâneo e que a demanda deve se recuperar rapidamente. No longo prazo, o
executivo disse que a eliminação do produto resultará em um aperto da oferta e
em preços mais altos. "Provavelmente teremos uma redução de 2% a 3% na
oferta de carne bovina", disse.
A Beef Products, uma das grandes produtoras do aditivo, informou
ontem que irá suspender a produção em três de suas unidades. A decisão foi
tomada em meio à crescente oposição ao produto na internet e no Congresso, que
também levou várias redes de supermercados a suspender o uso do aditivo.
O produto é usado há duas décadas, e o Departamento de
Agricultura dos EUA (USDA, por sua sigla em inglês) afirma que ele é seguro.
Segundo a Cargill, quase 385,5 mil toneladas do aditivo são usadas na carne
moída por ano, o equivalente a 1,5 milhão de cabeças de gado. As informações
são da Dow Jones.
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