Seca provoca perda de plantações inteiras no Rio Grande
do Norte
130 comunidades e
assentamentos de Mossoró estão com a safra perdida.
Este ano, as chuvas estão
abaixo da média no estado.
A lavoura de seis hectares do agricultor
Leôncio Elias deveria está alta, mas ainda não germinou. O milho plantado no
início de fevereiro ainda está do mesmo jeito debaixo da terra. “Não nasce
mais. Já está perdido”, lamenta.
Esta é a situação dos agricultores do
assentamento Quixaba, em Mossoró, no oeste do Rio Grande do Norte. Os pés de
milho e feijão de uma área de dois hectares nasceram, mas para o produtor não é
mais garantia de uma boa colheita. “Plantou no dia 13 fevereiro. Se tivesse
chuva, deveria estar com 1,20 metros. Mas, se muito, ela está com 30
centímetros”, calcula.
Segundo o Sindicato da Lavoura de Mossoró,
praticamente todas as 130 comunidades e assentamentos do município, que
dependem da chuva para o plantio, estão com a safra perdida. A estação
invernosa não apareceu no semiárido do Rio Grande do Norte. Este ano, as chuvas
estão abaixo da média.
Pelo levantamento da Estação de Meteorologia
da Universidade Federal do Semiárido, de janeiro até agora no final de março
choveu pouco mais de 110 milímetros na região de Mossoró. A média para o
período é de 320 milímetros.
“O que está provocando isso é a falta de
aquecimento das águas do Oceano Atlântico. Nossas chuvas aqui se originam no
Oceano Atlântico sul, na costa do Ceará e do Rio Grande do Norte. Água está
fria. Para haver chuva a água tem que aquecer, evaporar, formar nuvens e,
consequentemente, as chuvas. Nós deveremos ter mais chuva em abril do que
aconteceu no mês de março. Mas eu diria que o período chuvoso desse ano já está
comprometido”, diz o meteorologista José Espínola.
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