Comissão de juristas vai propor mudanças no Código Penal
brasileiro
A lei, que define os crimes
e as penas no Brasil, é de 1940, e está desatualizada. Nessa reformulação, a
população será ouvida.
Uma comissão de juristas, criada pelo Senado, vai propor
mudanças no Código Penal brasileiro. A lei é de 1940 e está desatualizada.
Nessa reformulação, a população será ouvida.
O
Ministério Público de São Paulo quer saber o que a sociedade pensa sobre o
Código Penal, representantes dos homossexuais, das mulheres, defensores dos
animais, vítimas da violência.
“Acho que
tem que endurecer o Código Penal, endurecer mais para crimes hediondos”, afirma
o presidente do Movimento Paz e Justiça Ives Ota, Masataka Ota.
“A
política criminal deve refletir o anseio, o que quer e o que pensa a
população”, aponta o procurador-geral de Justiça do estado de SP, Fernando Grella
Vieira.
Com base
na discussão, o Ministério Público paulista vai escrever um anteprojeto com
ideias para reformar a principal lei criminal do país.
O Senado
e a Câmara estão discutindo mudanças no Código Penal. A lei, que define os
crimes e as penas no Brasil, é de 1940. Mesmo com as várias mudanças que já
foram feitas, o Código Penal é considerado desatualizado. Isso fica muito claro
quando a gente o compara com outras leis mais recentes.
Por
exemplo, o Estatuto da Criança e do Adolescente diz que entregar a um menor de
idade bebida alcoólica é crime que deve ser punido com prisão de dois a quatro
anos. Outra lei diz que pescar ou molestar cetáceos, ou seja, baleias, dá
prisão de dois a cinco anos. Já para um crime bem mais grave, o homicídio
culposo, sem intenção de matar, o Código Penal prevê, só, pena de um a três
anos.
“Há uma
desproporcionalidade total entre penas e crimes, seja porque não protege
suficientemente o bem que é um valor da sociedade, seja porque aplicam penas
exageradas para bens de menor valor”, afirma o promotor de Justiça Alexandre
Rocha.
Além
disso, o texto da década de 40 pune quem vai ao restaurante sem dinheiro para
pagar e quem finge que tem autoridade para celebrar casamento. Mas não trata de
crimes pela internet, homofobia, explosão de caixas eletrônicos. O Senado criou
uma comissão para estudar as mudanças no Código Penal.
A
procuradora de Justiça Luiza Nagib Eluf faz parte. Ela diz que o trabalho deve
ser entregue aos senadores daqui a três meses e que, entre as mudanças, a
comissão vai propor algumas novas situações em que o aborto não seria punido.
“Na verdade, nós estamos tentando cuidar da mulher pobre, aquela que não tem
acesso aos serviços de saúde, e que muitas vezes morre ao tentar praticas de
interrupção da gravidez que não têm segurança nenhuma”, defende.
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