Funcionários de empresas de ônibus do RJ entram em greve, diz sindicato
Cinco municípios
aderiram à greve de rodoviários no RJ.
Classe reivindica 16% de aumento do salário e 40% sobre a cesta básica.
Classe reivindica 16% de aumento do salário e 40% sobre a cesta básica.
Funcionários
de empresas de ônibus de cinco municípios do Rio - Niterói, São Gonçalo, Itaboraí,Maricá e Tanguá -
estão em greve na manhã desta quinta-feira (29). Segundo Márcio Barbosa,
superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado
do Rio de Janeiro (Setrerj), eles
reivindicam um aumento de 16% sobre o salário e 40% sobre a cesta básica. Além
de motoristas e cobradores, a classe também inclui funcionários da
administração e da manutenção.
Barbosa explica que a frota desses cinco municípios é composta
por 3 mil ônibus e a paralisação deve afetar 1,5 milhão de pessoas.
Nesta manhã, duas das principais vias de Niterói - Alameda São Boa Ventura
e Avenida Visconde do Rio Branco - estavam sem ônibus. Em frente à estação das
barcas, era grande a movimentação de usuários. Muitos chegavam de táxi,
mototáxi e em carros particulares para pegar a barca.
A concessionária Barcas S.A. informou que vai disponibilizar
viagens extras caso perceba que houve um aumento no número de passageiros. Já a
Secretaria de Transportes de Niterói disse que vai fazer uma fiscalização para
coibir o transporte irregular na cidade.
Determinação judicial
As empresas, no entanto, são obrigadas a operar com o mínimo de 40% da frota durante a greve, conforme determina uma liminar expedida pela desembargadora Mery Bucker Caminha, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região. Caso não cumpram, os grevistas serão punidos com multa diária de R$ 100 mil.
"Infelizmente, a olho nu, ainda não atingimos os 40%. Mas
estamos apurando o efetivo com as empresas", disse o superintendente do
sindicato, informando ainda que a Polícia Militar foi acionada para garantir a
ordem.
“Ontem
fizemos contato intenso com a PM de forma que a gente possa garantir que os
veículos possam sair da garagem. A polícia já estava com um ponto de ação para
que não haja problemas.
A proposta da Setrerj, de 10% de aumento no salário e 25% sobre
a cesta básica, também foi oferecida a rodoviários dos municípios do Rio de
Janeiro e Duque de Caxias, que
aceitaram e não aderiram à greve.
Madrugada
Durante a madrugada, quem tentou voltar para a casa foi pego de surpresa. A opção foi usar o transporte alternativo.
“Totalmente pego de surpresa. Está tenso ficar esperando. Não sei que hora que vou voltar. Vamos aguardar aí, e ver o que vai dar”, disse Roberto Chaga, que, junto com a mulher, aguardava um ônibus sentado numa calçada do terminal João Goulart, ao lado da Estação das Barcas, em Niterói.
“A gente está com o pé doendo, estou cansada. A gente sabe se
vai para casa hoje”, disse a esposa de Roberto, Gleice Paschoal.
Um outro passageiro queria ir para São Gonçalo, mas o ônibus não apareceu. “Vou dar um tempo aqui ainda, pelo menos uns 10 minutos. Se, por ventura, não aparecer, vou ser obrigado a ir de van”.
Um outro passageiro queria ir para São Gonçalo, mas o ônibus não apareceu. “Vou dar um tempo aqui ainda, pelo menos uns 10 minutos. Se, por ventura, não aparecer, vou ser obrigado a ir de van”.
Por causa da falta de ônibus, motoristas de van foram ao
terminal buscar os passageiros. Muitas não tinham o adesivo de identificação.
Um van escolar e até um carro particular faziam o transporte.
“Um absurdo, não é? A gente tem que ter carro para a gente
rodar. A gente não pode pagar o pato de uma grave de surpresa. A gente correr o
risco de ser assaltado, já que não tem nem segurança, é bravo, não é?”,
reclamou um passageiro.
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