Com 90% da apuração completa, Putin tem 64% dos votos na Rússia
Resultados
oficiais são esperados para segunda-feira (5).
Oposição fala em fraudes; vídeo teria registrado irregularidades em posto.
Oposição fala em fraudes; vídeo teria registrado irregularidades em posto.
O
primeiro-ministro da Rússia, Vladimir
Putin, tem 64,59% dos votos nas eleições presidenciais deste domingo
(4), segundo parcial da Comissão Eleitoral Central. O total de 90,41% dos votos
foram apurados, o que representa 39 milhões de pessoas. Os resultados oficiais
da eleição são aguardados para segunda-feira (5).
Putin chorou ao se
dirigir à multidão de apoiadores que foi às ruas de Moscou para
celebrar as primeiras indicações de sua vitória em primeiro turno no pleito.
"Eu prometi que podíamos vencer. Nós vencemos. Glória à
Rússia", disse, com lágrimas no rosto após os primeiros resultados
parciais da comissão eleitoral e de pesquisas de boca de urna.
Resultados
parciais anteriores tinham indicado 61,97%, depois 63,42% e, na terceira
parcial, 64,39% dos votos para Putin.
O líder do partido comunista, Guennadi Ziugánov, continua em em
2º lugar, com 17,07%. Já o milionário Mijaíl Prójorov tem 7,18% e é seguido
pelo ultranacionalista Vladímir Yirinovski, com 6,29%. Em último, aparece o
antigo presindente do senado, Serguéi Mirónov.
Antes
da divulgação das parciais, pesquisas de boca de urna já haviam indicado
resultado similar, com Putin se elegendo para um mandato de seis anos na
Rússia. Ele já era apontado como o franco
favorito.
O Centro de Pesquisa em Opinião Russo (VTsIOM) indicou que Putin
teve 58,3% dos votos, o que garante sua vitória sem a necessidade de um segundo
turno.
Outra pesquisa, feita pela Fundação da Opinião Pública (FOM)
indicou 59,3% dos votos para o premiê e ex-presidente.
A polícia informou em um comunicado que cerca de 110 mil pessoas
se aglomeraram perto do Kremlin, em Moscou,
para manifestar apoio a Vladimir Putin, pouco após as primeiras confirmações de
que ele deve ser eleito.
A agência de observação eleitoral independente Golos disse que
recebeu registros de prática da chamada "votação carrossel", em que
ônibus levam eleitores para depositar seus votos mais de uma vez em diferentes
postos. Um vídeo feito em uma sessão do
Cáucaso russo teria registrado prática irregulares
O site
da Golos recebeu mais de mil reclamações de irregularidades, incluindo de listas
de votantes com validade questionável e de câmeras fora de funcionamento em
postos de votação.
O presidente russo, Dmitri Medvedev, e quatro dos cinco
candidatos que aspiram à presidência russa, Vladimir Putin, Vladimir
Yirinovksi, Gennady Ziuganov e Mikhail Prokhorov, votaram neste domingo nas
eleições presidenciais que se realizam no país.
Jirinovski, candidato pelo Partido Liberal Democrático da Rússia (PLDR), criticou as
cabines de votação nas quais os eleitores recheiam suas cédulas, segundo a
agência Interfax.
Reclamações
O candidato comunista Guenadi Ziuganov considerou que a eleição presidencial russa deste domingo foi "um roubo", enquanto Vladimir Rijkov, um dos organizadores das manifestações opositoras de dezembro, afirmou que não pode ser considerada "legítima".
A eleição foi "um roubo, absolutamente desonesta e
indigna", segundo Ziuganov.
"Não reconhecemos estas eleições", acrescentou
Ziuganov, segundo declarações transmitidas pela televisão.
Para Rijkov, "estas eleições não podem ser consideradas
legítimas".
12 anos
Em contrapartida às acusações, Putin expressou confiança ao se dirigir ao público que lotou a praça junto ao Kremlin. "Tivemos vitória em uma batalha aberta e honesta", afirmou.
Pesquisas preliminares já apontavam que Putin podia conquistar o
cargo ainda no primeiro turno, com cerca de 60% dos votos. Se confirmado, o
ex-agente da KGB (polícia secreta russa) terá completado quase 12 anos de
predomínio na política local.
Depois de dois mandados de quatro anos como presidente, em 2000
e 2004, Putin conseguiu eleger o atual presidente e aliado, Dimitri Medvedev
–como no Brasil, a lei eleitoral não permite um terceiro mandato consecutivo.
Tornou-se então primeiro-ministro, mas a percepção geral é de que continuou
sendo o político mais poderoso do país.
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