Você daria nove tiros no computador da sua filha?
Tommy Jordan ficou famoso após punir a filha
adolescente por uma malcriação publicada no Facebook. Mas este tipo de atitude
funciona? Opine.
Como você reagiria ao
descobrir que a sua filha adolescente está reclamando publicamente das tarefas
domésticas que deve cumprir, sem poupar palavrões para descrever a educação que
os pais lhe dão? O norte-americano Tommy Jordan não teve dúvidas: depois de ler
uma mensagem malcriada da filha Hannah, de 15 anos, no Facebook, não só atirou
no laptop da menina, como também gravou um vídeo da punição e publicou-o no
perfil de Hannah.
A atitude, radical para
alguns e justa para outros, rendeu a Tommy seus 15 minutos de fama inesperados,
além de uma visita da polícia e de uma assistente social do Serviço de Proteção
Infantil dos EUA, que queriam averiguar se estava realmente tudo bem entre pai
e filha.
Mas, mais do que isso, os nove tiros do norte-americano trouxeram à tona uma questão que muitos pais ao redor do mundo podem estar se fazendo: tomar uma atitude como a de Jordan pode ajudar a resolver o problema com Hannah? (Vote na enquete ao final da página).
Para o psiquiatra Gustavo Teixeira, especialista em infância e adolescência e idealizador do site Comportamento Infantil, uma pessoa que dá tiros em um laptop, grava o momento e coloca-o na internet não serve de exemplo para ninguém – nem para a filha. Para ele, nada justifica Jordan ter exposto para todo o mundo um problema que deveria ser resolvido dentro de casa. “Por mais imaturos que sejam os filhos, cabe aos pais darem respostas mais maduras”.
Mas, mais do que isso, os nove tiros do norte-americano trouxeram à tona uma questão que muitos pais ao redor do mundo podem estar se fazendo: tomar uma atitude como a de Jordan pode ajudar a resolver o problema com Hannah? (Vote na enquete ao final da página).
Para o psiquiatra Gustavo Teixeira, especialista em infância e adolescência e idealizador do site Comportamento Infantil, uma pessoa que dá tiros em um laptop, grava o momento e coloca-o na internet não serve de exemplo para ninguém – nem para a filha. Para ele, nada justifica Jordan ter exposto para todo o mundo um problema que deveria ser resolvido dentro de casa. “Por mais imaturos que sejam os filhos, cabe aos pais darem respostas mais maduras”.
Privado x
público
A ação do pai, embora planejada, não mostra responsabilidade; mostra descontrole. Para a psicanalista Vera Zimmermann, coordenadora do Centro de Referência da Infância e Adolescência da Unifesp, é possível que ele estivesse mais preocupado com a própria imagem do que com o futuro da relação com a filha.
Ouvir as queixas dos adolescentes e se fazer a clássica pergunta “mas por quê? Eu faço tudo por ele!” é tão comum quanto ver adolescentes reclamando dos pais. “É natural e saudável que os adolescentes reclamem. Eles irão trocar experiências com os amigos e, desta forma, irão elaborando as relações com os familiares”, diz Vera.
Mas quando o problema passa à esfera virtual e pública, o que seria uma pequena reclamação pode tomar proporções grandiosas. E desnecessárias. “Assim como o ciberbullying é muito pior do que o bullying em si, o mesmo acontece neste caso: a situação sai do privado e agride ainda mais”.
Reeducação
Para o psicólogo Caio Feijó, autor do livro “Pais Competentes, Filhos Brilhantes – Os Maiores Erros dos Pais na Educação dos Filhos e os Sete Princípios Fundamentais para Prevenir essas Falhas” (Novo Século Editora), radicalismos como o de Jordan tanto podem tanto trazer uma solução como uma tragédia.
A ação do pai, embora planejada, não mostra responsabilidade; mostra descontrole. Para a psicanalista Vera Zimmermann, coordenadora do Centro de Referência da Infância e Adolescência da Unifesp, é possível que ele estivesse mais preocupado com a própria imagem do que com o futuro da relação com a filha.
Ouvir as queixas dos adolescentes e se fazer a clássica pergunta “mas por quê? Eu faço tudo por ele!” é tão comum quanto ver adolescentes reclamando dos pais. “É natural e saudável que os adolescentes reclamem. Eles irão trocar experiências com os amigos e, desta forma, irão elaborando as relações com os familiares”, diz Vera.
Mas quando o problema passa à esfera virtual e pública, o que seria uma pequena reclamação pode tomar proporções grandiosas. E desnecessárias. “Assim como o ciberbullying é muito pior do que o bullying em si, o mesmo acontece neste caso: a situação sai do privado e agride ainda mais”.
Reeducação
Para o psicólogo Caio Feijó, autor do livro “Pais Competentes, Filhos Brilhantes – Os Maiores Erros dos Pais na Educação dos Filhos e os Sete Princípios Fundamentais para Prevenir essas Falhas” (Novo Século Editora), radicalismos como o de Jordan tanto podem tanto trazer uma solução como uma tragédia.
“A filha tanto poderia
resolver sair de casa depois do ocorrido quanto poderia valorizar mais o papel
dos pais na própria vida e assumir as responsabilidades que lhe são dadas”,
acredita.
Vera Zimmermann acredita que a situação poderia ter sido resolvida de forma mais pontual. “Não é uma coisa tão séria para tomar esse tipo de proporção. Adolescente é assim mesmo: vive falando que é um pobre coitado e explorado enquanto ganha mesada e outras coisas”, comenta. Na prática, portanto, o ideal é não potencializar a situação. E resolvê-la no plano privado.
Adolescentes não têm o senso de responsabilidade que os adultos gostariam que eles tivessem. Biologicamente, eles ainda não estão com a formação neurológica completa. Por isso é fácil ver um adolescente de 15 anos esperneando porque o irmão mais velho tomou todo o suco de laranja que estava na geladeira: ele ainda não sabe muito bem lidar com frustrações.
“A filha tanto poderia
resolver sair de casa depois do ocorrido quanto poderia valorizar mais o papel
dos pais na própria vida e assumir as responsabilidades que lhe são dadas”,
acredita.
Vera Zimmermann acredita que a situação poderia ter sido resolvida de forma mais pontual. “Não é uma coisa tão séria para tomar esse tipo de proporção. Adolescente é assim mesmo: vive falando que é um pobre coitado e explorado enquanto ganha mesada e outras coisas”, comenta. Na prática, portanto, o ideal é não potencializar a situação. E resolvê-la no plano privado.
Adolescentes não têm o senso de responsabilidade que os adultos gostariam que eles tivessem. Biologicamente, eles ainda não estão com a formação neurológica completa. Por isso é fácil ver um adolescente de 15 anos esperneando porque o irmão mais velho tomou todo o suco de laranja que estava na geladeira: ele ainda não sabe muito bem lidar com frustrações.
Vera Zimmermann acredita que a situação poderia ter sido resolvida de forma mais pontual. “Não é uma coisa tão séria para tomar esse tipo de proporção. Adolescente é assim mesmo: vive falando que é um pobre coitado e explorado enquanto ganha mesada e outras coisas”, comenta. Na prática, portanto, o ideal é não potencializar a situação. E resolvê-la no plano privado.
Adolescentes não têm o senso de responsabilidade que os adultos gostariam que eles tivessem. Biologicamente, eles ainda não estão com a formação neurológica completa. Por isso é fácil ver um adolescente de 15 anos esperneando porque o irmão mais velho tomou todo o suco de laranja que estava na geladeira: ele ainda não sabe muito bem lidar com frustrações.
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