Além das supermáquinas, Salão de Genebra foca na aliança GM-PSA
Tradição no evento
suíço, alguns esportivos foram revelados de véspera.
No geral, Mercedes Classe A, Audi A3 e Volvo V40 estão entre destaques.
No geral, Mercedes Classe A, Audi A3 e Volvo V40 estão entre destaques.

Dias
antes de abrir as portas, o Salão de Genebra, na Suíça, ganhou outra cara. Após
os jornais europeus estamparem em suas capas na semana passada o acordo do grupo francês PSA Peugeot Citroën,
líder de vendas na Europa, com a norte-americana General Motors, uma injeção de
ânimo mudou a expectativa do evento suíço, que já dava sinais de sua
importância pela quantidade de lançamentos e conceitos anunciados com
antecedência.
Aliás, Mercedes-Benz e o Grupo Volkswagen anteciparam, como
costumam fazer em todos os salões europeus, seus principais lançamentos, com
destaque para a nova geração do Classe A,
da Mercedes, e os superesportivos Lamborghini Aventador
J e Bugatti Veyron, o carro mais rápido do mundo, em nova versão. A
abertura do salão para a imprensa acontece nesta terça-feira (6).
O acordo PSA-GM, mais do que uma chance para as marcas europeias Peugeot, Citroën, Opel e Vauxhall (as
duas últimas divisões do grupo GM) ganharem um novo fôlego, é uma prova
concreta de que os investidores apostam na recuperação do fragilizado mercado
europeu que, até agora, não se recuperou da crise.
“Neste momento, qualquer aliança é positiva na Europa”, afirma o
professor de estratégia e planejamento estratégico da BBS Business School, Raul
Javalis. Segundo ele, uma aliança de tamanha proporção reflete positivamente os
planos futuros das outras empresas também, porque a confiança na economia local
aumenta. Inclusive, a dos consumidores.

Pode-se
dizer que o anúncio dos dois grupos foi a cereja do bolo para o Salão de
Genebra. O evento que tradicionalmente destaca modelos luxuosos e, em especial,
superesportivos, desta vez vai abrigar um número maior de carros considerados
“chave” na estratégia de crescimento das montadoras para os próximos anos. É o
caso da avant-première do novo Mercedes
Benz Classe A e das estreias do Audi
A3, Citroën C4 Aircross,
Renault Zoé, Peugeot 208, Volvo V40, a versão cinco portas do VW Up e o Vw Golf GTI Cabriolet e das versões família do Hyundai i30 e do Chevrolet Cruze. Fora os novos
carros-conceito.
Outras estrelas, de “calibre” maior são o BMW Série 6 Grand Coupé, o futurista
Bertone Nuccio e, como não poderia falta uma novidade com “cavalinho” no capô,
a nova Ferrari F12 Berlinetta, o
carro mais rápido do portfólio da italiana, com 729 cv de potência sob o capô e
chega a 340 km/h, que, diferente de outras supermáquinas foi guardada para ser
exibida nesta terça.

A 82ª edição do Salão de
Genebra abre para o público da próxima quinta-feira (8) até o dia 18 de março.
De acordo com a organização do evento, serão 180 lançamentos anunciados por 260
expositores.
Grandes grupos
A acirrada concorrência, o forte investimento em plataformas globais para reduzir custos e, naturalmente, crises como a dos Estados Unidos e da Europa, são fatores que traçam a consolidação do setor, que já havia começado no fim da década de 1990. Em outras palavras, vão sobrar menos empresas e grupos maiores. E tudo acontecerá por meio de alianças ou fusões. E esta 82ª edição do Salão de Genebra não foi o primeira marcada por um acordo de tamanha “magnitude”.

A
edição de 2009 do Salão de Frankfurt consagrou o acordo do grupo italiano Fiat com a norte-americana Chrysler. O acordo fechado com o
governo dos Estados Unidos tirou a Chrysler da falência e garantiu mais
respiros à italiana, que anda mal das pernas faz tempo. Até porque a companhia
nunca conseguiu entrar fortemente no mercado norte-americano, o segundo maior
do mundo, atualmente, mas que por décadas liderou o ranking mundial.
Na edição seguinte de Frankfurt, dois anos depois, a notícia foi
a cooperação entre o grupo Renault-Nissan e
o Daimler.

E, ironias à parte, na
edição de 2010 de Genebra, a PSA anunciou o fracasso de uma possível parceria
com a Mitsubishi, com quem a francesa já desenvolvia em conjunto modelos 4X4.
Ao invés de uma verdadeira aliança, as empresas decidiram se limitar a um
“auxílio” mútuo no desenvolvimento de veículos elétricos. Inclusive, um dos
filhotes da limitada cooperação vai nascer agora em Genebra, o 4X4 Citroën C4
Aircross, baseado no já lançado Mitsubishi
ASX.

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