sábado, 3 de março de 2012

ELEIÇÕES RUSSAS


ONG quer fazer apuração paralela na Rússia

MOSCOU - Depois das controversas eleições legislativas de dezembro, que para muitos foi fraudada para minimizar a derrota do partido do primeiro-ministro Vladimir Putin, uma ONG promete fazer uma apuração paralela neste domingo, quando os russos vão às urnas para escolher seu novo presidente.

A ONG Golos tentará ter um representante em cada um dos colégios eleitorais de Moscou, onde votam cerca de 7 milhões de eleitores, e em outros 10 mil pontos nas demais regiões russas. O objetivo é enviar por

SMS o resultado de cada uma das seções antes que os votos apurados sejam transmitidos para as chamadas comissões territoriais, que fazem o cômputo final.
- Queremos evitar que o conteúdo das atas seja alterado nas comissões eleitorais territoriais ou a caminho delas - disse o subdiretor adjunto da ONG, Grigori Melkonyanz.
O Ministério Público de Moscou advertiu a ONG de que divulgar resultados durante a jornada eleitoral é contra a lei. A advertência foi reforçada pelo presidente da Comissão Central Eleitoral, Vladimir Churov, que para os milhares de manifestantes que foram às ruas em dezembro foi um dos artífices de uma suposta fraude nas legislativas.
A Golos rejeitou as ameaças das autoridades eleitorais russas e garantiu que só tornará públicos os dados quando todas as urnas do país estiverem fechadas.
Embora as eleições de dezembro tenham representado uma derrota para Putin, já que seu partido perdeu a maioria de dois terços na Câmara, observadores internacionais constataram na votação e na apuração o que qualificaram como "casos de aparente manipulação, incluindo diversas indicações sérias de fraude".
A controvérsia gerou as maiores manifestações contra o primeiro-ministro em seus 12 anos de hegemonia política na Rússia, abalando sua aura de invencibilidade. Na sexta-feira, ele rejeitou o pedido de seus rivais por uma repetição das eleições parlamentares.
Putin se tornou premier em 2008 porque a lei o proibia de disputar um terceiro mandato presidencial consecutivo. Neste domingo, sua vitória é tida como certa, e ele já indicou que poderá tentar a reeleição em 2018 - o que lhe daria no total 24 anos no poder.

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