Sem mercado, laranjas apodrecem na região de
Itapetininga, SP
O mercado está saturado
após embargo à exportação.
Em Tatuí e Itapeva, os produtores deixam a fruta apodrecer nas árvores.
Os produtores de laranja da região de Itapetininga, no
interior de São Paulo, foram atingidos pelo efeito do corte de exportação do
suco da fruta ao mercado norte americano.
O veto à
exportação foi devido a constatação de contaminação em sucos concentrados que
eram enviados aos Estados Unidos. Os produtores brasileiros usam um fungicida
proibido naquela país.
Como o
produto deixou de ser escoado no mercado internacional, houve saturação de
laranjas no mercado interno. Quem não conseguiu negociar toda a safra, agora
prefere deixar o fruto apodrecer nas árvores.
Osni
Hessel é administrador de uma propriedade produtora de laranja em Tatuí. Ele afirma que a colheita da
laranja agora está parada. Segundo ele, 60% da produção será perdida. Osni
conta que as produção colhida, está estragando em caixas no barracão de
armazenamento. “Faltam compradores. A indústria de beneficiamento alega que o estoque
dela está muito alto. Como o mercado externo está parado com a compra de suco,
as indústrias não escoam o estoque. Assim, as beneficiadoras pararam de comprar
a matéria prima. Isso tem efeito que chega à produção no campo, nos pés de
laranja, que estão carregado. Não temos para onde mandar a safra”, afirma.
Em outra
propriedade em Itapeva, a
situação é parecida. No local foram cultivados 250 hectares de laranja. Sem mercado
para a venda, os frutos deixaram de ser colhidos. Com isso, toneladas de
laranja estão espalhadas pelo chão. Segundo o administrador João Dias, 220 mil
caixas foram vendidas. O restante da produção, que encheria cerca de 15 mil
caixas, ficará no campo. O administrador afirma que não tem mais para quem
oferecer o fruto.
Os
produtores têm receio de que a situação piore. Em abril começa uma nova safra
de laranja, com produção muito maior do que a que está sendo colhida agora, em
época de entressafra. “A nossa preocupação não é com esses 15 mil que estamos
perdendo, mas sim com os 250 mil da próxima safra”, afirma João Dias.
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