Contratação de profissionais mais experientes está em alta no Brasil
A contratação de
profissionais mais experientes, muitas vezes já aposentados, está em alta no
Brasil.
Os
cabelos brancos não deixam dúvida: eles estão de volta ao mercado de trabalho.
E por necessidade das duas partes, que precisam faturar.
José Volpi, de 71 anos, acha que há vantagens para os dois
lados. “Acho que para mim e para a firma. Para a firma é muito bom. Essa
experiência é que vale”, acredita ele.
Esse pessoal mais experiente é de uma época em que a regra era:
manda quem pode, obedece quem tem juízo. “Era taxativo. Faz e não pergunta por
quê”, conta Gilberto Sapia, de 59 anos.
Mas, seja na imobiliária ou no escritório de engenharia, os
tempos são outros. Não importa a idade, todos têm alguma coisa a aprender. E
uns dependem dos outros.
“Para eles, não é fácil essa informatização. São profissionais
que trabalharam a vida toda na prancheta, desenhando e projetando. Por isso que
somos importantes para eles, assim como eles são para a gente”, diz Antônio
Carlos Toledo, de 22 anos.
Aquele chefe mandão precisou rever os seus conceitos. “Tem hora
em que você tem vontade de falar: ‘você vai fazer isso’. Não. Mas você tem que
ponderar de maneira que haja uma interação”, explica Antônio Carlos Liboni, de
58 anos.
“Eu preciso dessa troca. Tanto falar como dizer o que estou pensando, expor minha opinião, minhas ideias, como ouvir também”, garante Lucas Alcar, de 27 anos.
Essa mistura de duas, três e até quatro gerações nas empresas será cada vez mais comum. A economia do Brasil está crescendo e a população, envelhecendo. É o momento perfeito para se resolver aquele tal conflito de gerações.
Nos últimos dez anos, a quantidade de pessoas com mais de 60
anos em atividade aumentou 65%. A economia aquecida fez com que o mercado
voltasse a valorizar a experiência, necessária também para treinar os jovens.
“Hoje eu tenho mais oportunidades de emprego do que pessoas qualificadas
para preencher essas vagas. Então, isso facilita o retorno dos mais experientes
para o mercado de trabalho. E, por outro lado, os mais jovens não precisam se
sentir tão ameaçados, porque existem oportunidades”, revela Caroline Marcon,
consultora de recursos humanos.
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