Após ações derreterem, presidente da OGX renuncia
ao cargo
A OGX, do bilionário Eike Batista, trocou sua
presidência-executiva em meio ao duro questionamento do mercado sobre a
capacidade de produção de petróleo da companhia. Em apenas dois dias, a empresa
perdeu 40% do valor na bolsa.
O executivo Paulo Mendonça, que ocupou a
presidência da OGX por apenas dois meses, será substituído por Luiz Eduardo
Carneiro, que antes comandava a OSX, outra empresa de Eike.
A mudança consolida "a natural evolução da OGX
para uma nova fase em que a produção adquire especial importância, sem qualquer
prejuízo da continuidade da campanha exploratória", informou a companhia
em fato relevante nesta quinta-feira.
Mendonça ocupará a posição de conselheiro da
Presidência do Grupo EBX, holding das empresas de Eike.
Carneiro tem mais de 30 anos de experiência na
indústria de petróleo e trabalhou na Petrobras, onde liderou as aéreas de
exploração e produção e engenharia, entre outras.
Na terça-feira à noite, a OGX informou que a vazão
de óleo nos primeiros poços perfurados pela empresa em um campo na bacia de
Campos é de 5 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia, apenas um terço do
que o mercado esperava.
O comunicado foi o gatilho para uma queda acentuada
das ações da OGX na Bovespa, com várias corretoras reduzindo drasticamente as
projeções e a recomendação para os papéis da empresa, levantando dúvidas sobre
todo o programa de crescimento da companhia.
Na quarta-feira, quando a ação da OGX caiu 25,3%, a
equipe de análise do Bank of America Merrill Lynch disse que o baixo nível de
produção do campo de Tubarão Azul "coloca em dúvida todas as premissas por
trás de todo o programa de crescimento da OGX".
Eike tentou acalmar investidores em
teleconferência, citando que o grupo EBX tem US$ 9 bilhões em caixa. Mas nesta
quinta-feira houve uma nova onda de vendas da ação de sua petrolífera na bolsa,
com queda de 19,2%, a R$ 5,05 - Itaú BBA, JPMorgan e UBS cortaram seus
preços-alvo para o papel.
Esclarecimentos
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) questinou o por quê de a OGX ter optado por divulgar um comunicado ao mercado sobre sua produção em 26 de junho, e não um fato relevante - quando entende que a informação pode gerar impacto significativo no valor da empresa.
Em esclarecimento enviado à CVM, a OGX disse que
não esperava a forte oscilação da cotação de suas ações com a informação sobre
a produção no campo de Tubarão Azul.
"A companhia acredita que tal oscilação possa
ser resultado de uma errônea interpretação do mercado, o qual teria extrapolado
essa vazão para estimar a produtividade de todos os demais poços de produção
planejados para os próximos anos", afirmou a OGX. "A companhia
entende equivocada a extrapolação feita pelo mercado", acrescentou.
Apesar disso, a OGX reencaminhou o
documento sobre a produção do campo de Tubarão Azul à CVM, agora sob a forma de
fato relevante. Para a presidência da OSX, foi indicado o atual Diretor de
Operações, Engenharia, Afretamento e Desenvolvimento da empresa, Carlos Eduardo
Sardenberg Bellot, que vai acumular os dois cargos até posterior decisão.
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