sexta-feira, 29 de junho de 2012

ADMINISTRAÇÃO DE BENS


Após ações derreterem, presidente da OGX renuncia ao cargo

A OGX, do bilionário Eike Batista, trocou sua presidência-executiva em meio ao duro questionamento do mercado sobre a capacidade de produção de petróleo da companhia. Em apenas dois dias, a empresa perdeu 40% do valor na bolsa.

O executivo Paulo Mendonça, que ocupou a presidência da OGX por apenas dois meses, será substituído por Luiz Eduardo Carneiro, que antes comandava a OSX, outra empresa de Eike.
A mudança consolida "a natural evolução da OGX para uma nova fase em que a produção adquire especial importância, sem qualquer prejuízo da continuidade da campanha exploratória", informou a companhia em fato relevante nesta quinta-feira.
Mendonça ocupará a posição de conselheiro da Presidência do Grupo EBX, holding das empresas de Eike.
Carneiro tem mais de 30 anos de experiência na indústria de petróleo e trabalhou na Petrobras, onde liderou as aéreas de exploração e produção e engenharia, entre outras.
Na terça-feira à noite, a OGX informou que a vazão de óleo nos primeiros poços perfurados pela empresa em um campo na bacia de Campos é de 5 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia, apenas um terço do que o mercado esperava.
O comunicado foi o gatilho para uma queda acentuada das ações da OGX na Bovespa, com várias corretoras reduzindo drasticamente as projeções e a recomendação para os papéis da empresa, levantando dúvidas sobre todo o programa de crescimento da companhia.
Na quarta-feira, quando a ação da OGX caiu 25,3%, a equipe de análise do Bank of America Merrill Lynch disse que o baixo nível de produção do campo de Tubarão Azul "coloca em dúvida todas as premissas por trás de todo o programa de crescimento da OGX".
Eike tentou acalmar investidores em teleconferência, citando que o grupo EBX tem US$ 9 bilhões em caixa. Mas nesta quinta-feira houve uma nova onda de vendas da ação de sua petrolífera na bolsa, com queda de 19,2%, a R$ 5,05 - Itaú BBA, JPMorgan e UBS cortaram seus preços-alvo para o papel.

Esclarecimentos

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) questinou o por quê de a OGX ter optado por divulgar um comunicado ao mercado sobre sua produção em 26 de junho, e não um fato relevante - quando entende que a informação pode gerar impacto significativo no valor da empresa.
Em esclarecimento enviado à CVM, a OGX disse que não esperava a forte oscilação da cotação de suas ações com a informação sobre a produção no campo de Tubarão Azul.
"A companhia acredita que tal oscilação possa ser resultado de uma errônea interpretação do mercado, o qual teria extrapolado essa vazão para estimar a produtividade de todos os demais poços de produção planejados para os próximos anos", afirmou a OGX. "A companhia entende equivocada a extrapolação feita pelo mercado", acrescentou.
Apesar disso, a OGX reencaminhou o documento sobre a produção do campo de Tubarão Azul à CVM, agora sob a forma de fato relevante. Para a presidência da OSX, foi indicado o atual Diretor de Operações, Engenharia, Afretamento e Desenvolvimento da empresa, Carlos Eduardo Sardenberg Bellot, que vai acumular os dois cargos até posterior decisão.

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