Jacarés, jibóias e preguiças são os animais mais resgatados
em Manaus
Entre janeiro e
maio deste ano, 493 animais já foram resgatados.
Preguiças sofreram com a derrubada das florestas no Parque 10.
Entre os meses de janeiro e maio deste ano, 493 animais foram resgatados
de áreas urbanas de Manaus e encaminhados às reservas ecológicas do Amazonas.
Os dados integram o levantamento do Refúgio da Vida Silvestre
Sauim-Castanheiras.
As espécies mais resgatadas são jacarés, jibóias e preguiças.
Especialistas avaliam que volume de casos não tem registrado crescimento em
relação ao comparativo com o mesmo período dos últimos anos.
O major Diniz, comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar (PM),
explicou que o volume de resgate permanece dentro do volume registrado em anos
anteriores, mesmo com o crescimento imobiliária em alguns pontos da cidade, que
culminou na derrubada de algumas áreas de floresta.
“Na área do Parque Dez, por exemplo, o avanço das construções de imóveis
comprometeu áreas de mata que eram habitat natural das preguiças. Alguns
animais conseguem viver bem no meio urbano, mas outros, como é o caso da
preguiça, não conseguem sobreviver onde não há mata e sem o alimento que é um
tipo de broto de árvore”, esclareceu major Diniz.
O Batalhão Ambiental da Polícia Militar ressaltou que os animais em bom
estado de saúde são reintroduzidos em florestas onde há condições para
adaptação e sobrevivência. “Alguns animais quando estão saudáveis, não
apresentam comportamento de estresse, parasitas ou machucados", afirmou o
major.
Ainda segundo ele, essas reservas são monitoradas por GPS, o que
possibilita a realização de um levantamento de quantas espécies povoam a área
da floresta. Com isso, é possível não superlotar o ambiente e prejudicá-las
devido a redução da oferta de alimentos na natureza.
Quanto aos animais em estado debilitado de saúde, as espécies são
remanejadas para Refúgio da Vida Silvestre Sauim-Castanheiras, Unidade de Conservação
de Proteção Integral, gerida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (SEMMAS) e para o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA),
em Manaus.
“Recentemente encaminhamos para o Ibama, 145 quelônios para avaliação
através de exames e análise do comportamento, visando detectar se os animais
poderiam ser reintegrados no meio natural ou se estavam com bactérias. Além
disso, se houvesse contaminação os quelônios poderiam infectar os demais
animais da espécie soltos na natureza. Porém, cerca 25 morreram”, relatou Major
Diniz.
O comandante do Batalhão Ambiental da PM enfatizou que, caso o cidadão
se depare com um animal silvestre em perigo ou oferecendo risco à população, o
procedimento correto é acionar a equipe do órgão pelo telefone 190 ou ligar
para o disque-denúncia da Semmas através 0800-092-2000. “O Batalhão Ambiental
tem como foco combater os maus-tratos dos animais, mas caso o animal ofereça
risco como, por exemplo, um animal peçonhento, também atenderemos a
solicitação”, destacou major Diniz.
Destino dos animais
O gestor do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Refúgio Sauim-Castanheiras, Laérzio Chiezorin, esclareceu que os animais que não são reintegrados à natureza logo após o resgate, permanecendo no refúgio até que seja encontrado um local adequado.
“Antes da destinação final do animal, o IBAMA realiza uma verificação
rigorosa para avaliar se o cativeiro, que são zoológicos e criadores
autorizados pelo órgão, possuem condições técnicas e local para manter a
espécie. Em alguns casos, as consultas são feitas juntamente com IBAMA de
outros estados. Só depois disso que é definido se o animal será destinado ou
não para o local”, explicou o gestor.
Na avaliação do especialista, o número de casos de animais resgatados em
áreas urbanas em Manaus não tem registrado crescimento em virtude do trabalho
preventivo contra o desmatamento de áreas de preservação ambiental.
Preguiça-real
Animal teve pata machucada devido à força da descarga elétrica
No início deste ano, uma preguiça-real resgatada após ser
atingida por choques do fio de alta tensão de rede elétrica, teve seu estado de
saúde agravado e foi submetida a uma eutanásia.
Uma das patas dianteiras sofre necropsia e teve de ser amputada.
Depois do procedimento, o animal sofreu uma infecção generalizada e a outra
pata dianteira também começou a sofrer o mesmo processo. Para abreviar a dor do
animal, especialistas do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Refúgio
Sauim Castanheiras realizaram a eutanásia.
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