Chipre pede ajuda financeira para zona do euro
BRUXELAS,
25 Jun 2012 (AFP) -O Chipre apresentou nesta segunda-feira uma solicitação de
ajuda financeira à zona do euro, tornando-se assim o quinto país da União
Europeia a procurar a ajuda de seus parceiros.
"O governo da República do Chipre informou às autoridades
europeias competentes de sua decisão de apresentar à zona do euro uma
solicitação de ajuda financeira", segundo um comunicado oficial.
Esta ajuda, que será desembolsada através dos Fundos de resgate
europeus FESF e MES, busca "conter os riscos existentes sobre a economia
do país (...) provenientes de seu setor financeiro, muito exposto à economia
grega", explicou o comunicado, que não precisou o montante.
Após a Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha, que também depositou
um pedido formal de ajuda aos bancos nesta segunda-feira, o Chipre é o quinto
país da união monetária a recorrer a uma assistência financeira.
Uma fonte diplomática anunciou mais cedo que o Chipre, que se
prepara para assumir a Presidência da UE no dia 1º de julho por seis meses,
pedirá durante o dia de hoje uma ajuda à zona do euro para socorrer seu setor
bancário.
O comunicado não especifica se o pedido de ajuda é baseado no
modelo espanhol e, portanto, limitado ao setor bancário, ou se diz respeito a
toda a economia do país, o que implicaria no acompanhamento de um programa de
ajuste orçamentário.
O Governo do Chipre tinha sugerido anteriormente que ele poderia
solicitar assistência antes do final de junho, data limite para o segundo maior
banco, o Popular Marfin Bank, obter os 1,8 bilhão de euros necessários para sua
recapitalização.
A agência de classificação Fitch rebaixou nesta segunda-feira a
nota da República do Chipre à categoria especulativa, passando de
"BBB-" para "BB+", por causa dos temores sobre o sistema
bancário.
A Fitch seguiu o exemplo da Standard and Poor's, que tinha feito
o mesmo em janeiro. A Moody's também o fez em 13 de junho, considerando que o
plano para ajudar os bancos do Chipre poderia ultrapassar um montante que
representa 10% do produto interno bruto da ilha - cerca de 18 bilhões de
euros-, em vez de 5% a 10% previamente propostos.
Nicósia também parecia ter a intenção de pedir a Moscou um
empréstimo de 3 a 5 bilhões de euros. A Rússia já concedeu um empréstimo
bonificado de 2,5 bilhões de euros às autoridades do Chipre para fechar o seu
déficit orçamental em 2012.
O Chipre, que aderiu a UE em 2004 e adotou o euro em 2008,
sofreu todo o impacto da crise econômica e financeira que abalou a Grécia, um
dos seus parceiros culturais e econômicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário