China propõe fórum de cooperação política com América
Latina
SANTIAGO,
26 Jun 2012 (AFP) -A China deu mais um passo no sentido de se aproximar de
América Latina e Caribe, região com a qual divide crescimento e interesses, e
propôs uma maior cooperação política, empréstimos e investimentos, que melhorem
as trocas comerciais entre as partes.
Em meio a uma viagem que o levou a Brasil, Argentina, Uruguai e
Chile, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, afirmou nesta terça-feira que a
região latino-americana divide um nível de desenvolvimento similar à China, o
que aumenta os interesses comuns, e pode ser aproveitado para unificar esforços
no cenário internacional.
"A China propõe criar o Fórum de Cooperação China, América
Latina e Caribe, tendo em vista instituir uma plataforma de nível mais elevado,
e para reforçar a cooperação geral entre as partes", disse Wen em um
discurso na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal),
durante sua visita ao Chile.
O primeiro-ministro chinês assegurou que seu país "está
disposto a estabelecer um mecanismo de diálogo periódico no nível de
chanceleres da troika da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos
(Celac) e convocar a primeira reunião de tal mecanismo ainda este ano".
Wen pediu para "intensificar ainda mais as trocas de alto
nível" e a "criar mecanismos de consulta intergovernamental",
que devem servir para se coordenar e melhorar a troca comercial entre China e a
região, com uma meta que supere "os 400 bilhões de dólares no próximo
quinquênio".
China e América Latina enfrentaram com sucesso as turbulências
da crise financeira internacional, e o governo chinês aposta em facilitar o
crédito e o investimento na região, enquanto se abrem os mercados e se luta
contra o protecionismo.
O premiê pediu para combater o protecionismo, aumentar as trocas
comerciais entre as duas partes, e ofereceu, entre outras medidas, uma linha de
crédito de 10 bilhões de dólares destinada à infraestrutura para a região.
Além disso, o primeiro-ministro assegurou que a China busca um
"comércio balanceado" que não se centre unicamente na importação de
matérias-primas, e pediu para a região gere produtos com um maior valor
agregado.
Wen Jiabao conclui nesta terça-feira no Chile sua viagem pela
América Latina, que o levou anteriormente a Brasil, Uruguai e Argentina, onde
manifestou sua intenção de explorar a possibilidade de criar uma zona de livre
comércio entre seu país e o Mercosul.
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