Ministro das Finanças grego renuncia; crise se aprofunda
ATENAS,
25 Jun (Reuters) - O novo ministro das Finanças da Grécia renunciou por
problemas de saúde nesta segunda-feira, afetando os esforços do governo para
amenizar os termos de um resgate internacional dias antes de uma cúpula
europeia.
Vassilis Rapanos, 64, presidente do Banco Nacional da Grécia,
foi levado às pressas para o hospital na sexta-feira, antes de tomar posse,
reclamando de dores abdominais, náusea e tontura. A mídia grega disse que ele
tem um histórico de problemas de saúde.
O gabinete do primeiro-ministro, Antonis Samaras, que assumiu na
quarta-feira passada depois da eleição de 17 de junho, disse que Rapanos enviou
uma carta de demissão por problemas de saúde e que ela foi aceita.
O próprio Samaras acabou de sair do hospital depois de se
submeter a uma cirurgia ocular para reparar uma retina lesionada. Ele e Rapanos
já tinham anunciado que não poderiam comparecer à cúpula europeia de 28 e 29 de
junho.
Foi um início caótico para o novo governo, formado após a
segunda eleição em um mês, que enfrenta um caminho turbulento na resposta à
enorme oposição doméstica a um duro resgate internacional frente a uma oposição
europeia decidida contra qualquer amenização de seus termos.
Poucas horas depois da renúncia de Rapanos, um boletim médico
informou que ele teria alta na terça-feira. Ele foi submetido a uma
colonoscopia e a uma gastroscopia, disse à Reuters um funcionário do Hospital
Hygeia, pedindo anonimato. Os exames "mostraram que tudo está
completamente normal", dizia o boletim.
Segundo uma fonte de um dos três partidos na nova coalizão
governista, Rapanos estava sob forte pressão de seus parentes para recusar o
emprego estressante por causa de seus problemas de saúde.
Mais cedo na segunda-feira, os líderes dos três partidos
anunciaram uma viagem para tentar persuadir credores céticos a lhes dar mais
tempo para pagar a maciça dívida do país.
VISITA DA TROIKA ADIADA
Os problemas médicos de Samaras e Rapanos também forçaram um
adiamento do primeiro encontro entre o novo governo e a "troika",
formada por credores internacionais, agendada originalmente para segunda-feira.
O governo de Samaras, uma aliança improvável de direita e
esquerda que surgiu da eleição de 17 de junho, prometeu a gregos furiosos que
iria amenizar os termos punitivos de um pacote de resgate que os salvou da
bancarrota em troca de forte sofrimento econômico.
Mas a Alemanha rejeitou grandes concessões.
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