"Podemos encontrar um
planeta como a Terra antes de 2022", dizem astrofísicos
Barcelona, 25 jun (EFE).- Os astrofísicos não descartam a
possibilidade de encontrar um pequeno planeta similar à Terra em menos de 10
anos, declarou nesta segunda-feira Ignaci Ribas, um dos organizadores do
"Cool Stars 17", a reunião internacional sobre estrelas frias que
ocorre em Barcelona.
Em entrevista à Agência Efe, Ribas explicou que os especialistas
já identificaram mais de 800 planetas ao redor das estrelas frias e que falta
muito pouco para encontrarem um que seja muito parecido ao nosso.
Segundo o especialista, apesar de saberem onde esse planeta se encontra
a atual tecnologia ainda não é eficaz para este tipo de experiência. No
entanto, se este planeta fosse habitado por seres inteligentes, Ribas destacou
que seria possível conversar com eles através de sinais de rádio, embora essa
troca de mensagens poderia demorar mais de 100 anos.
Ribas destacou que os planetas se concentram ao redor das estrelas
frias, que representam 80% das que se vêem e há no universo, entre elas o Sol.
Esses astros são chamados de "frios" porque sua temperatura está
abaixo dos 6 mil graus.
Em nossa galáxia há cerca de 200 mil estrelas frias, e as estrelas
quentes, que representam 20%, possuem uma temperatura que oscila entre 20 mil e
50 mil graus.
Durante o encontro realizado em Barcelona, os especialistas
constataram que as estrelas frias podem ser 10% maior do que se pensava, um
dado que possui muita importância na hora de buscar modelos de estudo.
Os especialistas envolvidos no "Cool Stars 17" também
destacaram a chamada "música das estrelas", ou seja, as vibrações que
esses corpos celestes possuem e que, de acordo com os astrofísicos, aparecem
como uma série de frequências, algo similar as notas musicais.
Segundo Ribas, que é astrofísico do Instituto de Ciências do
Espaço do CSIC-IEEC, o tom emitido pelas estrelas frias permite a identificação
de seu tamanho, sua composição e até sua evolução.
Neste encontro em Barcelona também foram apresentados alguns
resultados da missão Kepler (da Nasa), que possui o objetivo de detectar
planetas extrassolares através destas frequências com uma técnica similar à
sismografia, mas adaptada ao espaço.
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