Empresários do Brasil acusam
Argentina de matar Mercosul
O presidente do Conselho de Comércio Exterior da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Rubens Barbosa, acusou neste sábado
o governo argentino de ferir mortalmente o Mercosul e afirmou que o bloco
deixou de lado o enfoque comercial para se tornar um instrumento de política
regional.
"Nos últimos meses adotaram medidas que mataram o Mercosul. A
Argentina vai ser responsável pelo fim do Mercosul", disse Rubens Barbosa
à Rádio Mitre de Buenos Aires.
Segundo o empresário, "o Mercosul hoje como instrumento de
política comercial acabou, não vale nada para abrir o comércio, se transformou
agora em um foro político, o que vimos ontem (sexta-feira) foi o julgamento do
Paraguai e a entrada da Venezuela sem negociação ou compromisso".
A cúpula do Mercosul realizada na sexta-feira na cidade argentina
de Mendoza (oeste) decidiu suspender o Paraguai devido à destituição do
presidente Fernando Lugo, até a realização de eleições em abril de 2013, e
acertou o ingresso da Venezuela como membro pleno do bloco.
O empresário atacou as restrições impostas pela Argentina, e
também citou os problemas que certos produtos argentinos enfrentam para chegar
ao mercado brasileiro, como vinhos, uvas, cítricos e medicamentos, entre
outros.
"A Argentina adotou medidas que vão contra o Mercosul, e
agora aceitam a Venezuela sem qualquer negociação concreta", disse Rubens
Barbosa, que trabalhou na chancelaria brasileira durante o governo de Fernando
Henrique Cardoso.
Rubens Barbosa lembrou que o "Tratado de Assunção (1991 que
deu origem ao Mercosul) estabelecia a abertura do comércio entre os sócios e o
que ocorre agora é exatamente o inverso".
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