Igreja católica tem queda recorde de fiéis
Pesquisa
divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE com novas informações do Censo 2010
mostram que o Brasil é um país cada vez menos católico, embora esta ainda seja
a religião majoritária. A queda da população católica foi recorde entre 2000 e
2010. A proporção caiu 12,2%: passou de 73,6% dos brasileiros para 64,6%. Em
1991, os católicos eram 83% da população. Em vinte anos, a população católica
diminuiu 22%, ou seja, em proporção, a Igreja Católica perdeu mais de um quinto
de seus fiéis.
Em números absolutos, a Igreja Católica perdeu quase 1,7 milhão
de fiéis no País, saindo de 124,9 milhões para 123,2 milhões em 2010. Entre
1991 e 2000, a queda na proporção de católicos também tinha sido elevada, de
11,3%, mas o número absoluto tinha aumentado. Se o ritmo de queda da última
década for mantido, em vinte anos os católicos serão menos da metade da
população.
O recuo dos católicos está diretamente ligado ao aumento de 44%
da proporção de evangélicos. Eram 15,4% da população brasileira em 2000 e
passaram para 22,2% em 2010. Na década anterior, entre 1991 e 2000, o
crescimento dos evangélicos foi muito maior, de 70%.
Apesar do aumento, os três grandes segmentos da religião tiveram
comportamento completamente diferentes. Os evangélicos tradicionais, ou de
missão, ficaram estagnados em proporção. Tiveram um pequeno aumento em números
absolutos, passando de 6,9 milhões para 7,6 milhões, mas proporcionalmente
houve ligeiro recuo. Os evangélicos tradicionais eram 4,1% da população em 2000
e em 2010 passaram a 4%. Esses evangélicos são das igrejas históricas como
Adventista, Luterana, Batista e Presbiteriana.
Comportamento oposto tiveram os evangélicos desvinculados de
igrejas. Segundo técnicos do IBGE, nesta categoria se enquadram tanto os que
circulam entre várias denominações quanto os que se consideram evangélicos mas
não frequentam igrejas. Esse grupo cresceu mais de cinco vezes em uma década:
os evangélicos "independentes" eram menos de 1,7 milhão em 2000 e
passaram para 9,2 milhões em 2010. Em proporção, pularam de apenas 1% para
população brasileira para 4,8%.
Já os evangélicos pentecostais - da Assembleia de Deus e de
igrejas como Universal do Reino de Deus, Maranata, Nova Vida, Evangelho
Quadrangular, entre outras - continuaram a crescer, mas o ritmo diminuiu na
última década. Em números absolutos, os evangélicos pentecostais mais que
dobraram na década de 1990 (aumento de 119%). Entre 2000 e 2010, eles cresceram
44%. Pouco mais de 25 milhões de brasileiros são evangélicos pentecostais.
Universal
Este grupo sofreu mudanças significativas na última década.
Fenômeno dos anos 90, a Igreja Universal do Reino de Deus perdeu quase 230 mil
fiéis em dez anos, passando de 2,101 milhões para 1,873 milhão. Uma queda de
mais de 10%.
No universo chamado neopentecostal (que exclui a Assembleia de
Deus, mais tradicional), duas novas igrejas são a maior ameaça à Universal.
Segundo técnicos do IBGE, os dados mostram que a Igreja Mundial do Poder de
Deus, do apóstolo Valdemiro Santiago, já arrebanhou 315 mil fiéis.
A outra grande dissidência é a Igreja Internacional da Graça de
Deus, do missionário R.R.Soares, mas ainda não há dados disponíveis sobre o
número destes fiéis. Somadas ao fenômeno do crescimento dos evangélicos sem
vínculo com igrejas, as novas denominações fizeram diminuir também o número de
fiéis de outras igrejas, como a Nova Vida e a Congregação Cristã do Brasil.
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