Pesquisadores descobrem primeira caverna vulcânica do
país no Paraná
Descoberta
geológica fica em Palmital, no centro oeste do estado.
Formação semelhante existe apenas no Hawai, segundo especialistas.
Uma equipe formada por
geógrafos, geólogos e vulcanólogos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(Unioeste) e da Universidade de São Paulo (USP) descobriu, em Palmital, a 397
quilômetros de Curitiba, a primeira caverna de origem vulcânica do país. "É
uma cavidade diferenciada. A gente conhece caverna de calcário, de arenito, mas
as cavernas em basalto só quem foi para o exterior para conhecer isso",
explicou a professora do Departamento de Geografia da Unioeste Gisele
Petrobelli. Segundo ela, assim como a cavidade encontrada em Palmital, existe
apenas no Hawai. "É uma riqueza muito grande no Brasil", avaliou a
professora.
A
geógrafa explicou que com esta identificação entende-se de outra maneira o
processo geológico do Terceiro Planalto do Paraná. Até então, segundo a
professora, pesquisadores acreditavam que na região não houve uma atividade
vulcânica mais característica e que agora isso deve ser repensado. "Não se
sabe de onde veio a lava, só o caminho que percorreu", acrescentou. Este
caminho deu origem ao duto que está bem preservado e que isso é essencial. O
local ficou conhecido como Casa da Pedra e está dentro de uma fazenda
particular na comunidade de Catuana.
O Secretário de Meio Ambiente e Turismo de Palmital, Miguel
Burei, é sobrinho do dono da fazenda. Ele contou que a área, que tem
aproximadamente 300 hectares, era utilizada para o plantio de milho e que agora
foi transformada em pasto para criação de gado. “Meu primo criava cabrito lá”,
lembrou Burei.
nas cavernas serem pré-históricas
Após a
descoberta científica, o proprietário decidiu doar 1% da terra para pesquisa
científica e o local foi isolado. Isso porque foram encontradas ossadas que
podem ser de animais pré-históricos. Segundo a professora da Unicentro, a duto
principal possui 37 metros de extensão.
“A gente foi até onde dava para respirar. Eles [os pesquisadores] pediram para ninguém entrar porque pode impactar no material existente. Eles isolaram para não interferir na pesquisa”, contou o secretário.
“A gente foi até onde dava para respirar. Eles [os pesquisadores] pediram para ninguém entrar porque pode impactar no material existente. Eles isolaram para não interferir na pesquisa”, contou o secretário.
A intenção é transformar o local em uma unidade de preservação
ou em um parque para que sejam desenvolvidos projetos turísticos. A gestão deve
ser atribuída a uma Organização não Governamental (ONG), especializada em Meio
Ambiente, para que as visitas sejam controladas e qualquer futura ação não
degrade o espaço. Os primeiros passos para que a proposta saia do papel já
foram dados.
Branco e fica na comunidade da Prata
Na
quarta-feira (27), houve uma reunião com representantes do Instituto Ambiental
do Paraná (IAP) para se discutir a proposta. O secretário municipal está
otimista, principalmente após algumas empresas da iniciativa privada
demonstrarem interesse no desenvolvimento de ações sustentáveis no local.
Além da Casa da Pedra, existe outra caverna na fazenda que também é de origem vulcânica. Enquanto na primeira há um duto, na segunda existem quatro. Na verdade se trata de um sistema de tubos de lava, chamado de Peraú Branco.
Além da Casa da Pedra, existe outra caverna na fazenda que também é de origem vulcânica. Enquanto na primeira há um duto, na segunda existem quatro. Na verdade se trata de um sistema de tubos de lava, chamado de Peraú Branco.
O interesse dos pesquisadores
O local despertou a curiosidade pesquisadores quando Burei publicou as fotos em redes sociais, na internet. Professores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo foram até o local para reconhecer a origem geológica até então desconhecida no Brasil.
Em alguns trechos da Caverna percebeu-se que o chão é oco, o que segundo especialistas, indica que deve haver outros dutos embaixo da Casa da Pedra. Para ele, pelas características da região podem haver outras raridades escondidas no Terceiro Planalto paranaense.
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