Tempo que grávida passa de pé afeta
crescimento do feto, sugere estudo
Pequisa aponta que
mulheres com empregos que exigem muito tempo de pé tiveram bebês com cabeça
menor, mas não se sabe que efeito neurológico isso pode ter.
Ficar de pé por longos períodos de tempo durante a
gravidez pode impactar o crescimento do feto, apontam as conclusões de um
estudo recém-divulgado.
Pesquisadores perceberam que mulheres que
passavam a maior parte de sua jornada laboral de pé davam a luz a bebês cujas
cabeças eram cerca de 1 cm menores do que a média.
Isso, porém, não afetou a saúde dos bebês
pesquisados no parto.
A pesquisa, publicada no periódico
'Occupational and Environmental Medicine', acompanhou 4,6 mil mulheres durante
a gravidez. Cerca de 40% delas eram profissionais que passavam cerca de 8 horas
por dia de pé - por exemplo, cabeleireiras, vendedoras e babás.
O pesquisador-chefe Alex Burdof disse que
'não é surpreendente que a cabeça (dos bebês) seja menor em grávidas que
ficavam de pé, mas foi uma boa surpresa descobrir que a diferença é pequena -
apenas 3% menor do que a média'.
Não se sabe, porém, que efeito isso pode ter
no crescimento das crianças após o nascimento. Para Tim Overton, do Royal
College de Obstetrícia e Ginecologia, na Grã-Bretanha, 'é difícil saber se
essas descobertas têm relevância clínica. Para saber se o tamanho da cabeça tem
um efeito no desenvolvimento neurológico da criança seria necessário
acompanhá-las por muitos anos ao longo de seu crescimento'.
Trabalho na gravidez
A pesquisa de Burdof também mostra que trabalhar durante 36 semanas de gravidez não teve nenhum impacto no peso, tamanho ou no nascimento dos bebês estudados.
Tampouco se observaram efeitos em mulheres
cujo trabalho envolvia levantar coisas pesadas - ao contrário de outros estudos
que sugerem que o esforço físico pode afetar gravidezes de forma indesejada.
Jenny Myers, do Centro de Saúde Materna e
Fetal de Manchester, disse que o excesso de esforço físico na gravidez 'pode
ter um pequeno efeito no crescimento do feto, mas o impacto disso no
desenvolvimento da criança é desconhecido'.
Acredita-se que esforço físico altere o fluxo
de sangue ao útero e à placenta, reduzindo o suprimento de oxigênio e
nutrientes ao feto. Além disso, o ato de levantar peso e inclinar-se pode
aumentar a pressão abdominal, algo que tende a favorecer um parto prematuro.
Ambiente de trabalho
Burdof admite que 'as implicações da pesquisa não estão claras', mas que devem servir de argumento para as profissionais grávidas que trabalham muito tempo de pé pedirem mudanças no ambiente laboral.
'Se ela trabalha por muitas horas, deve
pensar em pedir uma redução da jornada no último trimestre da gravidez', disse
ele.
Gail Johnson, da Faculdade Real de Parteiras
da Grã-Bretanha, afirmou que 'grávidas precisam ter a segurança de que seu
trabalho não vai aumentar o risco de problemas. Esta pesquisa abre uma boa
oportunidade de discussão de questões laborais para essas mulheres'.
O estudo de Burdof foi feito entre 2002 e
2006, na Holanda. Outros fatores que afetam o crescimento fetal, como fumo,
consumo de álcool e a idade da mãe também foram levados em consideração.
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