terça-feira, 26 de junho de 2012

INADIMPLÊNCIA DO BRASILEIRO


Taxa média de inadimplência bate recorde histórico em maio, diz BC


Inadimplência de PF e empresas é a maior da série, que começou em 2000.
Índice de pessoa física somou 8% em maio, maior valor desde 2009.

A taxa de inadimplência das pessoas físicas e das empresas, que mede o atraso de pagamento superior a 90 dias, voltou a subir em maio, quando atingiu 6%, informou nesta terça-feira (26) o Banco Central. Em abril, a inadimplência estava em 5,9%.
Em todo ano de 2011, a taxa de inadimplência das pessoas físicas avançou 1,7 ponto percentual -  estava em 5,7% no fim de 2010
Segundo a autoridade monetária, a inadimplência média das operações bancárias com empresas e com pessoas físicas em maio representa o maior valor de toda a série histórica, que tem início em junho de 2000. Até o momento, os maiores valores foram registrados em abril deste ano e em agosto de 2009 (5,85%).

Alerta do BIS

O crescimento da inadimplência, que vem ocorrendo consistentemente desde 2009, já foi objeto de críiticas de organismos multilaterais, como o Banco de Compensações Internacionais (BIS - o banco central dos bancos centrais).
Em relatório divulgado nesta semana, a instituição sustentou que o Brasil está na "zona de perigo" por considerar haver um descompasso entre o crescimento do crédito e da expansão da economia. Citou também preocupação com o nível de endividamento das famílias e das empresas brasileiras e com o forte crescimento dos preços do mercado imobiliário.
O montante que lares e empresas no Brasil, China, Índia e Turquia destinam a dívidas está no seu nível mais alto desde o fim dos anos 1990, apesar das baixas taxas de juros.

Pessoa física e empresas

No caso da taxa de inadimplência somente das pessoas físicas, que mede o atraso de pagamento superior a 90 dias, o valor somou 8% em maio, contra 7,8% em abril deste ano. O valor é o maior desde outubro de 2009, quando estava em 8,09%. Em todo ano de 2011, a taxa de inadimplência das pessoas físicas avançou 1,7 ponto percentual, visto que estava em 5,7% no fim de 2010.
Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas continuou em 4,1% em maio deste ano, o mesmo valor de abril, informou a autoridade monetária. Em todo ano de 2011, houve crescimento de 0,4 ponto percentual na inadimplência das empresas, uma vez que o indicador somou 3,5% no fim de 2010.

Autoridades da equipe econômica

As duas principais autoridades da equipe econômica brasileira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, entretanto, têm dado declarações de que a inadimplência já estaria em queda, ou recuaria no futuro.
Segundo avaliação de Mantega, a taxa de inadimplência estaria em queda no Brasil. "O endividamento das famílias está diminuindo. Significa que a família brasileira andou pagando suas dívidas", afirmou ele em meados deste mês.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse, no começo de junho, que alguns fatores sugerem a redução da taxa de inadimplência ao longo do segundo semestre deste ano. Entre estes fatores estão as concessões de crédito (veículos) realizadas a partir do segundo semestre de 2011, que apresentam menor nível de inadimplência, além do atual estágio do "ciclo monetário" (processo de redução dos juros básicos da economia, que vem sendo implementado pelo BC desde agosto do ano passado). Nos últimos meses, o BC baixou os juros de 12,5% para 8,5% ao ano - o menor patamar da história.

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