Taxa média de inadimplência bate recorde histórico em maio, diz BC
Inadimplência de
PF e empresas é a maior da série, que começou em 2000.
Índice de pessoa física somou 8% em maio, maior valor desde 2009.
Índice de pessoa física somou 8% em maio, maior valor desde 2009.
A taxa de inadimplência das pessoas físicas e das
empresas, que mede o atraso de pagamento superior a 90 dias, voltou a subir em
maio, quando atingiu 6%, informou nesta terça-feira (26) o Banco Central. Em
abril, a inadimplência estava em 5,9%.
Em todo ano de
2011, a taxa de inadimplência das pessoas físicas avançou 1,7 ponto percentual
- estava em 5,7% no fim de 2010
Segundo a autoridade monetária, a inadimplência
média das operações bancárias com empresas e com pessoas físicas em maio
representa o maior valor de toda a série histórica, que tem início em junho de
2000. Até o momento, os maiores valores foram registrados em abril deste ano e
em agosto de 2009 (5,85%).
Alerta do BIS
O crescimento da inadimplência, que vem ocorrendo consistentemente desde 2009, já foi objeto de críiticas de organismos multilaterais, como o Banco de Compensações Internacionais (BIS - o banco central dos bancos centrais).
Em relatório divulgado nesta semana,
a instituição sustentou que o Brasil está na "zona de perigo"
por considerar haver um descompasso entre o crescimento do crédito e da
expansão da economia. Citou também preocupação com o nível de endividamento das
famílias e das empresas brasileiras e com o forte crescimento dos preços do
mercado imobiliário.
O montante que lares e empresas no Brasil, China,
Índia e Turquia destinam a dívidas está no seu nível mais alto desde o fim dos
anos 1990, apesar das baixas taxas de juros.
Pessoa física e empresas
No caso da taxa de inadimplência somente das pessoas físicas, que mede o atraso de pagamento superior a 90 dias, o valor somou 8% em maio, contra 7,8% em abril deste ano. O valor é o maior desde outubro de 2009, quando estava em 8,09%. Em todo ano de 2011, a taxa de inadimplência das pessoas físicas avançou 1,7 ponto percentual, visto que estava em 5,7% no fim de 2010.
Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos
com as empresas continuou em 4,1% em maio deste ano, o mesmo valor de abril,
informou a autoridade monetária. Em todo ano de 2011, houve crescimento de 0,4
ponto percentual na inadimplência das empresas, uma vez que o indicador somou
3,5% no fim de 2010.
Autoridades da equipe econômica
As duas principais autoridades da equipe econômica brasileira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, entretanto, têm dado declarações de que a inadimplência já estaria em queda, ou recuaria no futuro.
Segundo avaliação de Mantega, a taxa de inadimplência estaria em queda no Brasil.
"O endividamento das famílias está diminuindo. Significa que a família
brasileira andou pagando suas dívidas", afirmou ele em meados deste mês.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini,
disse, no começo de junho, que alguns fatores sugerem a redução da taxa de
inadimplência ao longo do segundo semestre deste ano. Entre
estes fatores estão as concessões de crédito (veículos) realizadas a partir do
segundo semestre de 2011, que apresentam menor nível de inadimplência, além do
atual estágio do "ciclo monetário" (processo de redução dos juros
básicos da economia, que vem sendo implementado pelo BC desde agosto do ano
passado). Nos últimos meses, o BC baixou os juros de 12,5% para 8,5% ao ano - o
menor patamar da história.
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