Argentina avisa que castigará atividade petrolífera 'ilegítima' nas
Malvinas
Buenos
Aires, 22 mar (EFE).- A Argentina anunciou nesta quinta-feira ter advertido às
bolsas de Nova York e Londres de que as companhias petrolíferas atuando de
forma 'ilegítima' nas ilhas Malvinas, cuja soberania disputa com o Reino Unido,
estão expostas a castigos.
Em cartas às autoridades dos mercados o país avisou que Argos
Resources Limited, Borders & Southern Petroleum PLC, Desire Petroleum PLC,
Falkland Oil and Gas Limited e Rockhopper Exploration PLC 'se encontram
ilegitimamente realizando tarefas de prospecção de hidrocarbonetos na
plataforma continental argentina, expondo-se a sanções administrativas, civis e
penais'.
O aviso faz referência às águas do oceano Atlântico que banham o
litoral das Malvinas, situadas 400 milhas náuticas ao leste da Argentina, que
reivindica a soberania das ilhas ocupadas pelo Reino Unido em 1833.
Em 1982, as tropas argentinas tomaram militarmente as ilhas, o
que provocou uma guerra com o Reino Unido.
Ao presidente da Bolsa de Londres, onde as empresas são cotadas,
o país pediu que 'exija' das companhias que 'informem sobre as atividades
ilícitas, assim como quantifiquem os riscos derivados delas', disse um
comunicado do chanceler da Argentina, Héctor Timerman, que assinou as cartas.
Dessa forma, de acordo com o comunicado argentino, a Bolsa de
Valores londrina 'estará em condições de avaliar se corresponde continuar
cotando seus títulos, assim como exigir a provisão de dados que as empresas
petrolíferas envolvidas deveriam revelar' a fim de que os investidores 'estejam
devidamente informados sobre os riscos legais' que correm.
'O mesmo foi solicitado à Bolsa de Nova York, caso as empresas
petrolíferas tentassem cotar ou inscrever títulos de valores nessa bolsa',
explicou o país.
A Argentina advertiu, além disso, que 'analistas financeiros
teriam omitido ou informado de maneira incompleta' os investidores 'sobre os
eventuais riscos inerentes à ilegítima prospecção' de hidrocarbonetos em uma
região cuja soberania é reivindicada pelo país sul-americano.
Nos últimos meses, a Argentina reforçou sua campanha em busca de
apoio internacional e para pressionar o Reino Unido a negociar a soberania das
Malvinas, que está em disputa desde janeiro de 1833, quando tropas inglesas
retiraram a população argentina das ilhas.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse que insistirá
em todos os fóruns internacionais para que o Governo de Londres 'cumpra' com
uma resolução das Nações Unidas que em 1965 considerou que o caso das Malvinas
é de colonialismo e pediu que negocie a transmissão de soberania.
Cristina reiterou que lutará para evitar 'a militarização' da
América do Sul e em defesa da 'necessidade de respeitar as resoluções' da ONU e
esclarecer os conflitos 'em paz'.
No dia 2 de abril, se completam 30 anos do começo da Guerra das
Malvinas, que deixou cerca de 900 mortos nos dois lados e foi concluída no dia
14 de junho de 1982 com a rendição das tropas argentinas.
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