quinta-feira, 14 de junho de 2012

CAMPO DE BATALHA


AVIÕES DE CAÇA. O mercado esquenta.

Acima: Dois modernos Typhoon ll. Este caça tem tido um bom sucesso comercial com encomendas de varias nações.
MERCADOPAÍSES DA OTAN (tratado do atlântico norte)Atualmente, estamos testemunhando um novo período de modernizações e atualizações de muitas forças aéreas do mundo. As principais forças aéreas do planeta estão analisando se compram novos aviões de combate ou se modernizam seus esquadrões. Nações mais ricas e engajadas em uma postura de defesa mais agressiva, como os Estados Unidos, França ,Inglaterra, Alemanha, Espanha e Itália, por exemplo, estão substituindo seus aviões de combate por caças de nova geração. Essas novas aquisições implicam em um investimento alto de dinheiro, na medida em que a elevado grau de sofisticação dessa nova geração de caças, aumentou, muito o valor de aquisição, embora, teoricamente, o valor de manutenção destes novos caça, seja mais barato que a geração anterior.
Acima: O F-22A Raptor, embora seja o mais letal avião de combate de nova geração, ainda é um equipamento caro. A própria força aérea norte americana, tão rica quando se trata de recursos disponiveis nas verbas de defesa, tem tido uma grande dificuldade em manter um número adequado de encomendas deste caça. 
Caças como o avançadíssimo Lockheed Martin F-22 A Raptor, chega a custar de U$ 250 a 300 milhões de dólares a unidade. Para efeitos de comparação, um F-16C Block 50, custa em torno de U$ 50 milhões de dólares a unidade. Com um valor tão elevado, o F-22 A teve sua intenção de compra reduzido de 750 unidades, previstos nos tempos da guerra fria, para 180 unidades hoje. A USAF (Força Aérea dos Estados Unidos) considera que seriam necessárias 380 unidades do F-22 para poder executar suas tarefas de defesa e superioridade aérea contra as ameaças aéreas deste novo século. Além disso o valor do F-22, dificulta em muito, a compra por alguma força aérea interessada que ainda tem que enfrentar a deterioração das capacidades do avião, que o governo americano colocam porque eles não vendem o avião com todas as capacidades que seus caças possuem.
Essas dificuldades, acabam por facilitar a venda de caças produzidos em outras nações que além de serem mais baratos não estão sujeitas à degradação de suas capacidades por motivos políticos. Um caça com recente sucesso no mercado internacional, é o Eurofighter Typhoon ll, fabricado pelo consórcio europeu, formado pela Inglaterra, Alemanha, Itália e Espanha. Com um valor na ordem de U$ 130 milhões de dólares, embora não se possa ser considerado um avião barato, ainda é, bem mais acessível que o americano F-22. O Typhoon conta com 600 encomendas firmes e isso deverá tornar o avião mais barato para aquisição e manutenção futuramente.
Acima: Um Rafale M naval decola para uma demonstração de voo durante uma feira aérea. O alto custo da manutenção dos equipamentos franceses e a influência política norte americana tem representado obstáculos a sua exportação.A França é outro país que optou por adquirir um novo caça. A Dassaut Aviation desenvolveu o Rafale, um caça com capacidades similares ao Typhoon ll comentado acima. Trata-se de um caça que substituirá o Mirage lll, Sepecat Jaguar, Mirage 5, Mirage F-1 e o Mirage lV P de ataque estratégico. Embora não se comente muito, é bem provável que depois de 2015 os Mirage 2000, sejam também substituídos pelo Rafale. O caça francês, tem um valor de U$ 110 milhões de dólares a unidade, e embora seja mais acessível que os Typhoon, sua manutenção é cara, como era de se esperar de um produto francês, sendo que isso tem dificultado as vendas do Rafale no mercado internacional. O Rafele teve duas derrotas que considero importante. A primeira foi na concorrência do FX da Coréia do Sul, onde o Boeing F-15K (versão do F-15E) saiu vencedor contra o caça francês. Essa concorrência teve um desfecho fortemente influenciado por motivos políticos, pois o F-15K, embora tenha um bom desempenho, é uma aeronave menos manobrável e com pouca capacidade se ser modernizada, pois trata-se de um projeto de mais de 30 anos e que está no máximo de seu potencial de crescimento. Mais recentemente, o Rafale perdeu a concorrência para o fornecimento de caças para a real força aérea saudita que acabou assinando uma encomenda de 48 caças Typhoon ll, inicialmente, com opção por mais 24, sendo que se pode chegar a 200 unidades. Esse foi o pior golpe contra o Rafale, até agora. É interessante notar que hoje o país mais provável de adquirir o Rafale, é o Brasil, que estreitou os laços, com os franceses, quando adquiriu 12 Mirage 2000 para ocupar, temporariamente, o espaço deixado pela aposentadoria dos cansados Mirages lll em dezembro de 2005. A Força Aérea Brasileira, pretende usar por poucos anos este caça, de forma que em 2010 compre um novo caça de nova geração.
Acima: O mais novo caça da Lockheed americana, o F-35 Lightning ll, é objeto de um contrato que pode chegar a U$ 300 Bilhões de dolares, sendo o maior programa de desenvolvimento de um caça de toda a história. Embora muitas nações participem do consórcio para desenvolvimento dele, problemas relacionados a transferência de tecnologia tem atrasado e até provocado um mal estar nas relações dos paises envolvidos como os Estados Unidos.
Mas voltando a falar de países europeus, estes, em sua maioria, estão participando do programa de desenvolvimento do novo caça F-35 Ligthning ll dos Estados Unidos, que é fruto do programa JSF, para substituir caças como o F-16, F-18, Harrier e A-10. Muitas nações européias como Noruega, Dinamarca, Holanda e Bélgica usam hoje caças F-16 A modernizados para o padrão MLU. Esses caças terão que ser substituídos e o governo americano, agiu de forma estratégica oferecendo participação no programa do F-35, que além de diluir os custos de desenvolvimento, também, amarra, a um contrato garantindo que os clientes do F-16, continuem a depender de industrias americanas para se defenderem.
Porém, problemas ligados à liberação de tecnologia de invisibilidade e o código fonte do F-35 têm abalado a credibilidade do negócio de participação destas nações neste avião. Dinamarca e Noruega já estão recebendo ofertas de uma versão mais avançada do pequeno Saab JAS-39 Gripen, que por enquanto é chamado de Gripen N. A Grécia, outro grande importador de caças, usa grande quantidade de F-16 além dos Mirages 2000, e está sendo assediada pela Inglaterra para comprar Typhoons para substituir seus caças atuais. O concorrente poderia ser o F-35, mas com a mentalidade que está se estabelecendo no velho continente, os americanos terão que ser mais flexíveis se quiserem continuar lucrando naquele mercado, como lucraram até agora.
Acima: O JAS-39 Gripen é um dos mais leves caças de nova geração que está disponivel para o mercado internacional. Nações como Africa do Sul, Hungria e República Tcheca, já compraram este formidavel caça suéco.RÚSSIA, CHINA, ÍNDIA
O mercado oriental tem mostrado a existência de um triangulo, no mercado de defesa, formado pela a Rússia, China e Índia. Os russos são o fornecedor principal nesse mercado com dois produtos. Um deles é o caça Mig-29 Fulcrum com suas versões atuais SMT com alcance aumentado e a versão com vetoração total de empuxo MIG-29 OVT, também chamado de MIG-35. A versão navalisada do Fulcrum, conhecido como Mig-29K, teve uma encomenda de 16 unidades para ser usado no novo porta aviões indiano Vikramaditya. O Mig-29, no geral tem muitas dificuldades no mercado internacional por causa de seu irmão maior, o poderoso Sukhoi Su-27 Flanker e suas versões avançadas. O Flanker é um super caça de longo alcance que conta com um aliado tão poderoso quanto o avião em si: O preço.
Acima. Um Su-30 MKI Super Flanker "posa" para uma bela tomada aérea. Este caça, com suas capacidades extraordinárias, tem um preço extremamente competitivo, lhe garantindo um bom sucesso comercial. Ele representa um dos mais capazes caças já construido, sendo o F-22A americano o unico oponente que pode anular seu poder de fogo.
O Flanker custa menos que o caça leve F-16 dos Estados Unidos, sem as restrições tão comum nas relações comerciais de produtos de defesa dos Estados Unidos com seus clientes. Por causa disso o Flanker está sendo selecionado em muitas concorrências de fornecimento de caças novos para forças aéreas de todos os tamanhos. Desde a poderosa China que usa centenas de caças desse tipo, até a pobre força aérea vietnamita que usa este poderoso caça na defesa aérea de seu país. Índia e China produzem o Flanker sob licença permitindo uma transferência de tecnologia que também joga a seu favor no mercado onde os países querem o maior nível de independência possível para não ficar a mercê da maré política que muda a todo instante.
AMÉRICA DO SUL
Na América do Sul, as forças armadas sempre foram pouco equipadas devido a problemas financeiros e uma certa magoa política por causa de muitos regimes militares terem causado graves problemas na sociedade dos países que estiveram sob tal regime e que cederam à democracia posteriormente colocando muitos políticos, antes caçados pelos militares, no poder. Só muito recentemente que se pode observar uma movimentação para modernização e ampliação do poder bélico da região. O Chile pode ser considerado o percussor deste movimento, que em fevereiro de 2002 firmou um acordo com o governo dos Estados Unidos para o fornecimento de 10 células do modelo Lockheed Martin F-16C/D Block 52 (a direita), do qual 6 unidades já foram entregues a força aérea chilena. Este avião, é o mais avançado caça em operação no continente. Além desses caças, o Chile comprou, de segunda mão, mais 18 caças F-16A MLU holandeses, que se somarão a seus 10 F16C novos.
Em junho de 2006, o presidente da Venezuela, Hugo Chaves, anunciou que seu país estava em negociação com a Rússia para a venda de 24 super caças Sukhoi Su-30 Super Flankers, sendo que as primeiras 4 aeronaves foram entregues em dezembro de 2006. Esse caça é o mais poderoso caça já operado por uma força aérea sul americana. Ainda existem fortes rumores de que a Venezuela esteja negociando aviões de ataque Sukhoi Su-25 Frogfoot para serem usados no lugar dos AMX-T que a brasileira Embraer forneceria se não tivesse sofrido embargos dos Estados Unidos ao fornecimento de equipamentos americanos a aquela força aérea já que, as relações entre Washington e Caracas estão estremecidas por causa do populismo de Hugo Chaves.
Acima: Um Mirage 2000 C inicia uma curva a baixa altura. Embora ele não seja uma aéronave de ultima geração, ele melhora a capacidade de combate da FAB, em relação ao periodo em que se operou o Mirage lll.O Brasil está acordando atrasado para a necessidade de se reequipar e modernizar. O atraso em se tomar medidas para esse objetivo fizeram que a Força Aérea Brasileira (FAB), ficasse sucateada e perdesse o seu poder de combate. Com a desativação dos Mirage lll, conhecidos localmente como F-103, em dezembro de 2005, e o cancelamento da concorrência do FX, que visava a aquisição de um novo caça para substituir os Mirages lll, a FAB acabou sendo obrigada a fazer uma compra as pressas, de 12 caças Mirage 2000 C/ B de segunda mão, usados pela força aérea francesa. Embora, não se possa negar que o Mirage 2000 C seja infinitamente superior em capacidade de combate ao Mirage III, a aquisição destes aviões é, ainda, uma medida transitória.
A FAB pretende adquirir um caça de 4º geração em 2010, com ou sem licitação, sendo que o mais cotado é o moderno caça Rafale da Dassault. Se essa compra se concretizar, a FAB estará sendo equipada com um dos mais modernos aviões de combate do mundo.
Outras nações como o Peru, estão estudando a modernização de seus Mig-29, para o padrão SMT, que se ocorrer, adiará a aquisição de novos caças por esta nação. A Argentina, com suas forças armadas tão combalidas como a brasileira, deverá adquirir uma aeronave americana de segunda mão, sendo o F-16 A/ C e o F-18 A/ C, os mais prováveis caças que poderão fazer parte das fileiras da força aérea daquele país. Como se pode ver, o mercado está, realmente, aquecido, e há aquisições de aeronaves novas e usadas, que estarão mudando o equilíbrio estratégico internacional e revelando a mentalidade e interesses políticos de cada nação que estiver passando por esta renovação de seu poder aeroespacial.
Links sobre os caças mensionados no texto:
SAAB JAS-39 GRIPEN:
LOCKHEED MARTIN F-16 FIGHTING FALCON:
LOCKHEED MARTIN F-22A RAPTOR:
LOCKHEED MARTIN F-35 LIGHTINING ll:
EADS TYPHOON ll:
DASSAULT AVIATION MIRAGE 2000:
DASSAULT AVIATION RAFALE:
SUKHOI SU-27/30/35 SUPER FLANKER:
MAPO MIG-29 FULCRUM:

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