Espanha solicita formalmente
"assistência financeira" para os bancos
Madri, 25 jun (EFE).- O ministro de Economia espanhol, Luis de
Guindos, enviou nesta sexta-feira ao presidente do Eurogrupo, Jean-Claude
Juncker, a carta na qual solicita em nome do Governo da Espanha
"assistência financeira" para as entidades financeiras com necessidades
de capital.
O Governo espanhol completa assim o trâmite estabelecido para
poder ter acesso à linha de crédito que o Eurogrupo pôs à disposição dos bancos
espanhóis no dia 9 de junho, no valor de até 100 bilhões de euros.
Segundo os resultados dos testes de resistência realizados pelas
consultoras Roland Berger e Oliver Wyma e apresentados na semana passada, os
bancos espanhóis precisam de entre 51 bilhões e 62 bilhões de euros para
enfrentar, até 2014, um hipotético cenário econômico muito adverso.
A carta enviada por De Guindos contém formalmente o pedido de
ajuda, mas não dá detalhes sobre as condições do crédito - que deverão ser
negociadas com o Eurogrupo - nem o valor que será solicitado.
Este montante dependerá dos estudos encarregados a firmas
independentes e que serão finalizados em setembro.
O dinheiro procederá do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira
(FEEF), que tem caráter temporal, ou do Mecanismo Europeu de Estabilidade
(MEDE), que entrará em vigor provavelmente no próximo mês e que terá caráter permanente.
A carta indica que "a escolha do instrumento concreto no qual
materializará esta ajuda terá em consideração as diferentes possibilidades
disponíveis na atualidade e aquelas que possam ser decididas no futuro".
O Governo espanhol esteve negociando durante semanas que a ajuda à
recapitalização dos bancos fosse recebida diretamente pelas entidades
financeiras, sem passar pelo Estado, ao qual se opõem vários países, liderados
pela Alemanha.
Portanto, a ajuda europeia será canalizada através do Fundo de
Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), de titularidade pública, e que será o
encarregado de injetá-lo nos bancos, seja mediante ampliações de capital ou
mediante empréstimos a uma taxa de juros superior a 8%.
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