Jovens brasileiros criam 11 patentes
'ecológicas' em corrida da inovação
Filtro de água para praias que brilha à noite é uma das
patentes.
Projetos foram desenvolvidos em 72 horas por estudantes brasileiros.
A Innovation Race, uma corrida pela inovação para o
desenvolvimento sustentável realizada no Planetário do Rio, terminou na tarde
desta sexta-feira (1º) com vinte projetos de produtos para melhorar a vida das
pessoas. Destes, 11 projetos desenvolvidos por 12 estudantes de mestrado e
doutorado de quatro grandes universidades (Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal do ABC e
PUC-Rio) vão ser patenteados.
A Corrida da inovação faz
parte da “Semana da Inovação Brasil-Suécia: Inovação para o Desenvolvimento
Sustentável”, promovida pelo governo da Suécia. O evento começou na
segunda-feira (28) e foi até a sexta (1º), quando os produtos foram
apresentados pelos estudantes. Em apenas 72 horas, os estudantes desenvolveram
soluções tecnológicas e inovadoras para problemas do dia a dia das grandes
cidades.
Entre os produtos que podem ser desenvolvidos
comercialmente estão uma ducha que usa bomba de calor, teste para a
potabilidade de água nas residências e um filtro de água que pode ser instalado
na orla de praias como Ipanema para oferecer água potável aos cidadãos. O filtro
ainda é equipado com uma placa fotovoltaica que se ilumina à noite sem qualquer
uso de eletricidade.
VEJA OS PRODUTOS CRIADOS NA INNOVATION RACE QUE VÃO VIRAR PATENTES
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Reducha – um novo conceito para aquecimento de água em chuveiros utiliza a bomba de calor, que transporta a energia disponível no ambiente para o banho e reduz o consumo de energia em até 80%.
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Calor Verde – kit para reciclagem de calor. Aproveita a energia dispensada de sistema de refrigeração de casas e transforma esta energia em calor para aquecer a água do banho, por meio de um conjunto de tanques termicamente isolados. O calor pode ser armazenado e utilizado no momento mais conveniente.
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Evergreen – sistema de drenagem feito com placas modulares de resinas poliméricas que, fixadas ao chão, são capazes de absorver até 50% mais água. É uma excelente solução para evitar enchentes.
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Twin bags – sacos plásticos multipartidos e destacáveis que facilitam a separação do lixo orgânico dos materiais recicláveis. Assim, em uma única lixeira é possível ter dois compartimentos separados, identificados por cores diferentes, auxiliando a identificação para o sistema de coleta pública.
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Vertical Innovative pumping system (VIP) – sistema que permite que fluidos sejam elevados pelo fenômeno da capilaridade, sem haver a necessidade de bombeamento – é capaz de bombear a água da chuva que escoou sobre o solo e armazená-la em reservatórios suspensos acoplados ao sistema.
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Adulteste – teste simples e rápido que avalia qualitativamente a gasolina e o percentual de álcool presente que servirá como indicador de adulteração de combustível.
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Ecoflush – mecanismo híbrido que combina a descarga convencional com a neutralização química. Elimina resíduos líquidos com uma mistura de espuma e neutralizantes que apresentam o mesmo efeito que a descarga comum, de forma econômica e sustentável.
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Rio fonte de vida – filtro de água que pode ser instalado em parques, calçadas e orla para oferecer água potável aos cidadãos. O filtro ainda é equipado com uma placa fotovoltaica que se ilumina à noite sem qualquer uso de eletricidade (design vira patente).
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Hot cool – Sistema de refrigeração através de reações químicas, que absorvem calor do meio ambiente a um baixo custo.
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B.O.A.T. – teste simples e rápido para pessoas leigas avaliarem a potabilidade da água em suas próprias casas. Esta inovação gera duas patentes: teste de água e a embalagem.
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Com o apoio de um coordenador e um designer, e um
“back office” formado por pesquisadores, advogados de patentes, analistas de
mercado, economistas e criadores de protótipos, os grupos apresentaram na
sexta-feira os resultados desta corrida contra o tempo.
Uma das principais características desta corrida é
que cada um dos participantes tem uma formação acadêmica diferente dos demais.
Entre os competidores estão jornalista, engenheira de produção, engenheira
química, biomédica, publicitária, microbiologista, químico e administrador de
empresas, entre outros.
Ducha com bomba de calor e kit para reciclagem de calo
Base do futebol
Esta é a 36ª edição da Innovation Race. A corrida foi criada pelo professor sueco Kaj Mickos, que defende a ideia de se democratizar o processo de inovação. Segundo ele, é preciso
reunir uma filosofia capaz de entender que são as
pessoas, e não a tecnologia, que produzem inovação.
Participantes da corrida da inovação comemoram o fim do período de 72 horas de criação
“Reunimos estudantes que não se conheciam e não tinham
nenhuma ideia preparada para em um tempo recorde desenvolver soluções para
problemas da cidade”, destaca. “Isso mostra que é possível sim fazer inovação.
E isso vale para qualquer pessoa, jovem, velho, com ou sem curso superior.”
Para isso, é preciso contar com investimento, reunir especialistas em diversas
áreas e um líder que não tenha apenas o “know how” (como fazer), mas o “know
who” (detectar quem pode fazer o quê).
Mickos faz uma comparação com o futebol. Ele
explica que no futebol existe uma pirâmide na qual a base é formada por
jogadores desconhecidos, times pequenos, estádios, campeonatos, transmissões esportivas.
E no topo da pirâmide está um grupo seleto dos grandes astros, como Neymar,
Ronaldo, Pelé, Romário. “Quando se fala em inovação, só querem saber desta
elite de craques, mas o que realmente sustenta e importa é toda a base, os
pequenos projetos e conhecimento desenvolvido”, afirma o sueco. “É impossível
saber no início se um projeto vai virar um produto comercialmente sustentável,
mas é preciso desenvolver processos para fazer aparecer estes craques.”
O professor vê o Brasil com grande potencial
para desenvolver soluções inovadoras. “É um país com tantas pessoas diferentes,
uma energia muito grande, precisa saber canalizar esta criatividade.”
Exposição
Além da Innovation Race, uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil mostra inovações desenvolvidas pela indústria da Suécia, como um aparelho que mostra como obter água potável utilizando somente energia solar (veja vídeo ao lado).
Os visitantes poderão também conhecer um jogo
de inovação no qual um projetor amplia o campo de visão do participante dando a
sensação de enxergar nove vezes mais do que em uma tela normal. O experimento
promete uma envolvente aventura no mundo 3D usando apenas jogos e softwares de
última geração.
Exposição “Suécia Inovadora” –
Centro Cultural Banco do Brasil
De 29 de maio a 08 de julho (gratuita e aberta ao público das 9h às 21h).
Local: Rua Primeiro de Março, 66, 4° andar, Centro, Rio de Janeiro
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