MP-GO
aciona Delta e prefeito por improbidade administrativa
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) propôs na última
sexta-feira uma ação pública por atos de improbidade administrativa contra o
prefeito de Aparecida de Goiânia - a 15 Km da capital -, Maguito Vilela (PMDB),
e a empresa Delta. A denúncia foi motivada, segundo o MP, por irregularidades
detectadas em contratos de locação de compactadores de lixo para a limpeza
urbana entre a prefeitura e a empresa. A ação pede a anulação imediata dos três
contratos e a realização de nova licitação, até 24 horas após a notificação.
Dentre as irregularidades, os promotores
apontam favorecimento da Delta em contratos firmados entre 2010 e 2012. No
entendimento do MP-GO, a Delta teria sido beneficiada ilicitamente com
contratação sem licitação e aditivos que aumentaram muito o valor dos serviços.
A ação cita um contrato emergencial de 30
dias, assinado em 15 de dezembro de 2010, que teria sido "estranhamente
direcionado para a Delta", no valor de R$ 604.205,50, para serviço que a
empresa teria executado mesmo antes de assinar o contrato. A existência do
convênio também foi omitida por Maguito à fiscalização do Tribunal de Contas
dos Municípios.
Segundo o MP-GO, ao executar este primeiro
contrato, a Delta teria feito um acordo tácito de que teria um outro contrato
futuro (de R$ 51.476.090,40), de 5 anos, que seria aditivado em quase R$ 5
milhões. O Ministério Público também questiona a rapidez da confecção do
contrato emergencial, feito em apenas um dia. "Dois erros crassos e
dolosos foram cometidos. Deixaram a Delta executar serviço sem
procedimentalizar a contratação direta, no final de novembro e meados de
dezembro de 2010. E, por outro lado, formalizaram uma contratação direta, a
partir de 15 de dezembro de 2010, sem cumprir os requisitos legais (cotação de
preço, em processo simplificado), e ainda engavetaram tal procedimento, como se
o serviço da Delta não tivesse existido", anotam os promotores na ação.
Além da Delta e de Maguito Vilela, constam
como réus na ação o ex-diretor da empresa, Cláudio Abreu, e os representantes
da empresa Raphael Nascimento de Mendonça e Sérgio de Souza Lima. Luiz Augusto
de Souza, ex-superintendente de licitações da prefeitura de Aparecida; Juliano
Tadeu Moreira Cardoso, atual secretário municipal de Meio Ambiente; e Rodrigo
Silveira Costa, ex-assessor jurídicos da Superintendência de Licitações de
Aparecida, também foram acionados.
A ação
pede a decretação da indisponibilidade de bens de todos os acusados, em R$ 500
mil para cada pessoa física e em R$ 20 milhões da Delta, referentes aos
recebimentos de valores e por receber. O MP também pede, ainda, a perda da
função pública, a suspensão dos
direitos políticos (de 5 até 8
anos) e o pagamento de multa civil até 100 vezes o valor da remuneração
percebida pelos agentes públicos, além da proibição da Delta de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente.
Há cerca de um mês, o MP-GO já havia
pedido, em outra ação de improbidade administrativa contra o prefeito Maguito
Vilela e as empresas Delta Construções e Construtora Almeida Neves, o
afastamento do peemedebista do cargo. A justificativa seria a contratação
irregular de veículos utilizados para a limpeza urbana. Maguito, no entanto,
conseguiu liminar na Justiça que o manteve no cargo.
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