Metano na Antártica pode agravar aquecimento global, diz
estudo
Gás provoca efeito estufa
e pode estar preso sob manto de gelo.
Com derretimento polar, substância pode ser liberada para a atmosfera.
Um
grande volume de metano, um dos gases causadores do efeito estufa, pode ter
sido produzido sob o manto de gelo da Antártica ao longo de milhões de anos e
se somar agora ao aquecimento global, caso seja liberado para a atmosfera por
meio de degelo, mostra um estudo publicado nesta quarta-feira (29) na revista
"Nature".
Cientistas das universidades de Bristol, no Reino Unido, de
Utrecht, na Holanda, da Califórnia, nos EUA, e de Alberta, no Canadá, simularam
o acúmulo de metano nas bacias sedimentares da Antártica usando modelos e
cálculos matemáticos. Eles descobriram que é provável que micro-organismos
podem ter conseguido converter os grandes depósitos de carbono orgânico do
manto de gelo nesse gás potente.
Caso
esteja presente, o metano provavelmente está preso sob o gelo, mas pode ser
liberado para a atmosfera à medida que as temperaturas globais crescentes
derreterem a camada de gelo, alimentando ainda mais o aquecimento global,
afirmaram os cientistas.
"O manto de gelo antártico pode formar um componente
previamente negligenciado de metano global, embora exista uma incerteza
significativa", diz o artigo.
Como é a liberação do metano
O metano permanece na atmosfera por até 15 anos. Os níveis têm aumentado nos últimos anos, seguindo um período de estabilidade desde 1998.
O gás normalmente é retido como "hidrato de metano" em
sedimentos sob o leito marinho. O hidrato de metano é uma forma de gelo que
contém uma grande quantidade de metano, que em geral é estável.
Quando a temperatura sobe, porém, o hidrato se quebra e o metano
é liberado, dissolvendo-se em sua maior parte na água do mar. Mas, se o metano
se rompe na superfície do mar e escapa para a atmosfera, pode intensificar o
aquecimento global.
Os cientistas já identificaram milhares de locais no Ártico onde
o metano está sendo liberado para a atmosfera, mas o potencial para formação de
metano sob o manto de gelo antártico tem sido muito menos estudado.
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