Dono de frigorífico em crise fez oferta pelo
Independência
São
Paulo, 17 - O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR), dono do frigorífico
Diplomata, que entrou com o pedido de recuperação na 1ª Vara Cível de Cascavel
no dia 3 de agosto, chegou a fazer uma oferta de compra pelos ativos do
frigorífico Independência, em recuperação judicial desde maio de 2009. No meio
do processo de recuperação da companhia paulista de carne bovina, havia a
alternativa de vender os ativos em bloco em leilão judicial por um valor a
partir de R$ 706,922 milhões.
Kaefer, juntamente com a Unibrax, fez uma proposta de R$ 250
milhões, a melhor das cinco apresentadas para a aquisição de ativos do
Independência. Mesmo assim, cobria apenas 35% do valor dos ativos da companhia
e os deságios chegavam a 92,72% e o maior prazo de pagamento sugerido foi até
2041, com carência de três anos.
A oferta de compra de Kaefer-Unibrax foi rejeitada juntamente
com o leilão dos ativos e o Independência foi comprado pelo Grupo JBS (a
finalização do negócio ainda está em processo). Na assembleia convocada para
votarem as propostas, em outubro do ano passado, os credores questionaram a
capacidade de pagamento pelo deputado federal.
Na reunião, quando foi pedido para que o representante da Kaefer
se apresentasse para discutir a proposta, os advogados Deborah Valcazara e
Michael Altit, do escritório Motta, Fernandes Rocha Advogados, intercederam.
Eles informaram que em 2009 um grupo de credores internacionais do Diplomata,
empresa de Kaefer, entrou com uma ação de execução em Cascavel (PR), ainda em
processo de avaliação, no valor de R$ 80 milhões. Nessa ação, 100% das ações do
Diplomata seriam penhorados para os credores. Além disso, naquela época havia
rumores de mercado de que o Diplomata estaria à venda e um dos interessados
seria a Globoaves, do Grupo Kaefer, mesma família do deputado.
Um representante da companhia, na ocasião, garantiu os
pagamentos com o dinheiro obtido com a própria operação das unidades e de
recursos de um parceiro estratégico na aquisição. Também havia informado que a
empresa do deputado Kaefer era sólida, tinha 35 anos de existência, e faturou,
em 2010, R$ 1,2 bilhão.
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