terça-feira, 28 de agosto de 2012

HIDRELÉTRICA NO PANTANAL


Justiça suspende licença para construir hidrelétricas no Pantanal



A decisão judicial suspendeu o andamento dos projetos de 126 usinas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os ambientalistas defendem a realização dos novos estudos.


A Justiça Federal em Mato Grosso do Sul suspendeu as licenças ambientais para a instalação de hidrelétricas no Pantanal até que seja realizado um estudo de impacto na região.
A decisão judicial suspendeu o andamento dos projetos de 126 usinas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A maioria, pequenas centrais hidrelétricas que podem gerar até 30 megawatts de energia. Os ambientalistas defendem a realização dos novos estudos.
"Só agora é que vamos saber o que já aconteceu em termos de danos ambientais para o Pantanal, com as barragens já construídas, e o que mais poderia acontecer se mais fossem implantadas na Bacia do Taquari", explica o turismólogo Ariel Albrecht.
O diretor do instituto, que concede as licenças ambientais, diz que o sistema usado nas usinas não vai afetar o regime de seca e cheia dos rios.
"É lógico que as PCHs provocam algum tipo de impacto ambiental, mas elas trabalham com sistema de fio d'água. Não necessita de um reservatório que armazene água para trabalhar na época da estiagem. Dessa forma, ela não interfere no pulso de inundação no Pantanal”, ressalta Roberto Machado Gonçalves, diretor do Imasul.
No Rio Taquari, um dos principais do Pantanal, a mata ciliar foi totalmente retirada, e barracos depositam toneladas de areia no leito. O assoreamento provocado, principalmente pela formação de pastagens, é um problema antigo, e, de acordo com ambientalistas, a situação pode ficar ainda mais grave com a instalação de usinas hidrelétricas na região.
“Em um primeiro momento, já de imediato com o barramento, vai ter interferência no curso de inundação dos rios. Deixa de ser em função natural para ser em função da demanda de energia", aponta o gestor ambiental Nilo Peçanha.
O Pantanal vive dos rios que descem do Planalto Central e inundam toda a planície. Um delicado equilíbrio ecológico que rege a vida de milhares de pessoas. Nos últimos anos, seu Osmar viu a quantidade de peixes diminuir por lá.
“Se sair essas usinas, aí sim que vão acabar os peixes. Não vai mais ter água suficiente para os peixe subir”, afirma.

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