sábado, 25 de agosto de 2012

GELO BRASILEIRO


Conheça os lugares no Brasil onde pode nevar mais do que na Sibéria



Guerra de bolinhas, bonecos de neve. E que tal a neve ser enrolada como se fosse um tapete. O mais fascinante fenômeno do frio costuma bater ponto quase todo ano no Sul do país.


“Fofa, branquinha, gelada. Um presente do céu capaz de transformar um adulto em criança. Foi o que descobri, 16 anos atrás, quando toquei a neve pela primeira vez”, contou o repórter Ricardo Von Dorff.
Guerra de bolinhas, bonecos de neve. E que tal a neve ser enrolada como se fosse um tapete. O mais fascinante fenômeno do frio costuma bater ponto quase todo ano no Sul do país.
E a chance de nevar é maior em uma área de 30 mil quilômetros quadrados entre as Serra Gaúcha e Catarinense, que o geógrafo Rodolfo de Oliveira Souza, especialista no assunto, batizou de planalto da neve.
“Quando eu comecei a fazer o levantamento de dados eu comecei a perceber que havia, se subestimava o fenômeno. Que neva, que acumula, que causa problema. Que interrompe estradas. Eu fiz um levantamento de 30 anos. Dos anos 60,70,80 que deu uma média, em São Joaquim, deu uma espessura em torno de 23 cm”, afirmou Rodolfo.
Não é pouca coisa, garante o professor. Só que a neve logo derrete e não acumula no solo, ao contrário de outros lugares.
“Se você fizer a comparação com outras regiões do mundo, neva mais do que na Sibéria, por exemplo, onde o clima é muito mais seco. A diferença é que ela fica o tempo todo no solo, mas a camada é de 5 cm”, explicou o geógrafo.
Alguma dúvida? Pois imagens impressionantes de uma das maiores nevascas já registradas no Brasil, de 1957, quando São Joaquim ficou isolado do mundo por quinze dias. Padre Blévio, recém-chegado à cidade, não tinha a menor ideia do perigo.
Como um casamento havia atrasado, entrou num jipe e foi para o campo atender outros fiéis. Àquela altura, a neve já engrossava, mas no caminho.
“Encontramos os noivos com a cavalaria porém a neve já dava na barriga dos animais e então paramos e eu assisti o casamento na estrada. Fiz o casamento na neve”, contou o padre Blévio Oselame.
Quando tentou voltar para a cidade, olha só a situação. O jipe ficou preso na neve. Um metro e meio de neve. Longe de tudo e sem viva alma por perto para dar abrigo.
“Medo, na hora nem pensei, não dava de pensar, a gente suava em vez de ter frio de tanto afundar e caminhar na neve” lembrou o padre.
Uma experiência que padre Blévio não pretende repetir.
“Deu neve, nada de se perder em caminho nenhum. Fica em casa, é garantido”, completou Blévio Oselame.





Nenhum comentário: