Dieta 'light' não garante maior expectativa de vida, diz
estudo
Macacos pesquisados
tiveram a mesma longevidade, com regime ou não.
Pesquisa foi publicada na revista 'Nature' desta quarta-feira (29).
Uma
dieta "light", desprovida de um terço das calorias consumidas
habitualmente, não garante um aumento da expectativa de vida, afirma um estudo
do Instituto Americano de Envelhecimento (NIA, na sigla em inglês).
Durante mais de 20 anos, cientistas do instituto submeteram 121
macacos Rhesus de peso normal a restrições calóricas de 30%, alguns deles desde
sua juventude (de um a 14 anos) e outros já em idade avançada.
Os cientistas compararam os resultados obtidos com os de um
grupo de controle. Não foi observada nenhuma diferença notável referente ao
tempo de vida entre os dois grupos de macacos, cuja longevidade em cativeiro
supera a dos macacos em liberdade, com média de 27 anos.
A dieta, no entanto, permite que os macacos desfrutem de uma
saúde melhor, com menos casos de doenças do coração, câncer e diabetes. A
pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (29) na revista científica
"Nature".
O estudo contradiz levantamentos realizados no passado em
camundongos e ratos, que definiam uma relação entre a restrição alimentar e a
longevidade. Nenhuma pesquisa deste gênero foi realizada até agora com seres
humanos.
Mais velhos
A restrição de calorias de macacos com idade avançada teve impacto positivo sobre o metabolismo, especialmente no índice de colesterol dos machos, afirma a pesquisa.
Já os macacos tratados em sua juventude desenvolveram menos
casos de câncer e de doenças cardiovasculares ou sofreram casos de diabetes
mais tarde do que no grupo de controle.
O estudo do NIA contradiz outra experiência, realizada pelo
Centro de Pesquisa Natural de Primatas de Wisconsin (WNPRC, na sigla em
inglês), que apontou que a expectativa de vida aumentava nos macacos Rhesus
submetidos à mesma restrição calórica.
Segundo Ricki Colman, coautor do estudo do WNPRC, a diferença
pode ser explicada pela composição da comida dada aos macacos do grupo de
controle em ambas pesquisas. Os macacos do grupo de controle NIA tiveram uma
alimentação "saudável", com vitaminas e complementos minerais, o que
poderia explicar a duração de suas vidas.
Já os macacos do grupo de controle do centro de pesquisa de
Wisconsin podiam se alimentar do que quisessem, como acontece com os seres
humanos. O estudo de Wisconsin também não excluiu que a genética pode ter algum
papel nas diferenças de longevidade que ele observou.
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