quarta-feira, 29 de agosto de 2012

DIETA 'LIGHT'


Dieta 'light' não garante maior expectativa de vida, diz estudo



Macacos pesquisados tiveram a mesma longevidade, com regime ou não.
Pesquisa foi publicada na revista 'Nature' desta quarta-feira (29).


Uma dieta "light", desprovida de um terço das calorias consumidas habitualmente, não garante um aumento da expectativa de vida, afirma um estudo do Instituto Americano de Envelhecimento (NIA, na sigla em inglês).
Durante mais de 20 anos, cientistas do instituto submeteram 121 macacos Rhesus de peso normal a restrições calóricas de 30%, alguns deles desde sua juventude (de um a 14 anos) e outros já em idade avançada.
Os cientistas compararam os resultados obtidos com os de um grupo de controle. Não foi observada nenhuma diferença notável referente ao tempo de vida entre os dois grupos de macacos, cuja longevidade em cativeiro supera a dos macacos em liberdade, com média de 27 anos.
A dieta, no entanto, permite que os macacos desfrutem de uma saúde melhor, com menos casos de doenças do coração, câncer e diabetes. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (29) na revista científica "Nature".
O estudo contradiz levantamentos realizados no passado em camundongos e ratos, que definiam uma relação entre a restrição alimentar e a longevidade. Nenhuma pesquisa deste gênero foi realizada até agora com seres humanos.

Mais velhos

A restrição de calorias de macacos com idade avançada teve impacto positivo sobre o metabolismo, especialmente no índice de colesterol dos machos, afirma a pesquisa.
Já os macacos tratados em sua juventude desenvolveram menos casos de câncer e de doenças cardiovasculares ou sofreram casos de diabetes mais tarde do que no grupo de controle.
O estudo do NIA contradiz outra experiência, realizada pelo Centro de Pesquisa Natural de Primatas de Wisconsin (WNPRC, na sigla em inglês), que apontou que a expectativa de vida aumentava nos macacos Rhesus submetidos à mesma restrição calórica.
Segundo Ricki Colman, coautor do estudo do WNPRC, a diferença pode ser explicada pela composição da comida dada aos macacos do grupo de controle em ambas pesquisas. Os macacos do grupo de controle NIA tiveram uma alimentação "saudável", com vitaminas e complementos minerais, o que poderia explicar a duração de suas vidas.
Já os macacos do grupo de controle do centro de pesquisa de Wisconsin podiam se alimentar do que quisessem, como acontece com os seres humanos. O estudo de Wisconsin também não excluiu que a genética pode ter algum papel nas diferenças de longevidade que ele observou.


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