Botas exóticas têm diamantes e custam até R$ 55 mil em Barretos
Peles de
elefantes, arraias e cabeças de cobras também são usadas.
Peças estão à venda em parque onde acontece a Festa do Peão.
Peças estão à venda em parque onde acontece a Festa do Peão.
Botas de pele de arraia com rubis e diamantes
Acessórios obrigatórios a frequentadores de rodeios, as botas viram
artigos de luxo nas mãos de um sapateiro especializado em calçados exóticos na
Festa do Peão de Barretos. Conhecido no meio sertanejo por confeccionar
artesanalmente peças calçadas por celebridades, Olívio Martins, de 43 anos,
aposta no exagero para atrair seus clientes: o par mais incomum do estande que
ele montou neste ano no Parque do Peão é feito de pele de arraia, tem seis
rubis, 42 pedras de diamante, salto encapado com ouro e custa R$ 55 mil.
As compradoras são mulheres com elevado poder aquisitivo e que estão
acostumadas à vida no campo, segundo Martins. “A mulher que vai comprar um
cavalo de R$ 1 milhão em um leilão precisa estar com uma bota adequada”, diz o
empresário, no ramo desde 2003. “Sempre fui fã de rodeios, mas quando percebi
que as botas exóticas só eram feitas fora do Brasil, decidi investir nisso”.
Na loja itinerante de Martins, a bota mais comum é a de pele de
avestruz, que custa R$ 760. Os preços sobem de acordo com a dificuldade de
encontrar ou trabalhar o material.
O
modelo que tem cabeças de cobras najas costuradas próximas às biqueiras custa R$
5,4 mil. “Não é só a dificuldade para comprar as cabeças, mas o próprio
processo para curtir o couro é diferente, porque se não for bem feito pode
apodrecer”.
Botas feitas com peles de elefante, hipopótamo e tubarão também
fazem sucesso entre peões e peoas. “Só a foca que não deu certo, tive de
suspender: as pessoas ficam com dó”.
Bota é feita com pele e cabeça de cobra naja
Autorizadas
Martins explica, porém, que só usa peles de animais mortos em condições naturais, nos casos de elefantes e hipopótamos, ou abatidos em fazendas de criadores autorizados pelo governo. “Minhas peças sempre saem com o selo do Ibama”.
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