Nove meses não bastam para planejar a chegada do bebê; veja dicas
Quanto custa um filho? A pergunta pode parecer fria, mas é
essencial quando o assunto é a chegada de um bebê na família.
O que os pais costumam elencar
primeiro são itens como berço, trocador, carrinho, mamadeira e enxoval. Mas
gastos com parto, babá, pediatra, vacinas e até o aumento nas contas da casa
devem entrar nessa lista. E, quando a criança cresce, vêm as despesas com
educação e lazer, entre outros.
Os gastos da família durante a
gestação sobem de 20% a 30%, em média, segundo o educador financeiro Reinaldo
Domingos. E só aumentam durante os anos seguintes ao nascimento.
Para evitar problemas no
orçamento, nove meses não bastam. Consultores sugerem se planejar com cerca de
dois anos de antecedência e colocar tudo no papel para fugir do endividamento.
Para essa fase, o educador
financeiro Mauro Calil recomenda: separe o que é desejo do que é necessidade,
fuja das grifes e peça fraldas no chá de bebê.
O planejador Marcos Silvestre
acrescenta: pesquise preços em diferentes áreas da cidade e monte uma planilha
para, só depois, comprar.
Além disso, é preciso contar com
os gastos do acompanhamento médico e com as despesas do parto, que chega a
custar cerca de R$ 15 mil, segundo Calil.
Reinaldo Domingos diz que toda
família tem um excesso de 20% a 30% nos gastos. "Só cortando desperdícios
e alguns supérfluos, a família pode conseguir assumir os gastos sem maiores
problemas."
A massoterapeuta Daniella
Bassanese, 40, e o marido esperaram dois anos --antecedência que os
especialistas recomendam para planejar a chegada de um filho-- por alguma
estabilidade.
"Para a gestação, tínhamos
nos planejado. Vimos convênio, por exemplo, para não precisar pagar o parto à
parte se engravidasse. Mas o que tem aumentado é o custo depois que ela
nasceu", diz.
Ela precisou de uma babá, que não
planejou, e se surpreendeu com o aumento das contas de luz e de telefone.
Daniella diz que hoje faria uma caixinha da casa para essas necessidades.
Um fundo de reserva pode ajudar
nessa hora e evitar acumular dívidas. "Recomendo colocar algo como R$ 10
mil em um investimento conservador. É um recurso disponível para qualquer
imprevisto", afirma Renato Roizenblit, da SLW Corretora.
SEGURANÇA
É preciso lembrar também que o
bebê vai crescer e demandar mais dinheiro com estudo, saúde e vida social.
O filho de uma família de classe
A pode custar cerca de R$ 2 milhões do nascimento até os 23 anos, quando, em geral,
ensaia sua independência, segundo estudo do Invent (Instituto Nacional de
Vendas e Trade Marketing), sem incluir as despesas feitas durante a gestação.
Na classe C, os gastos chegam a R$ 407 mil.
Portanto, é dever dos pais pensar
no futuro da criança. "Em geral, você tem o primeiro filho quando está
construindo patrimônio. Então, é importante analisar a necessidade de um seguro
de vida, pois tem uma pessoa que depende 100% de você", diz Roizenblit.
Os especialistas recomendam que
se faça um investimento para o filho ainda bebê, como uma carteira de ações
--aplicação que deve ser feita pensando no longo prazo--, uma poupança ou um
plano de previdência privada.
A educadora financeira Cássia
D'Aquino, no entanto, conta que tem visto casais que planejam demais.
"Eles já querem, antes do
casamento, ter um apartamento quitado e bem decorado e dois carros quitados. Só
depois será a hora de ter o filho", afirma. "Nessa aflição, deixam de
considerar que crianças, geralmente, são o inverso de qualquer planejamento."
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