Greve nas federais faz 3 meses com impasse entre governo e professores
Sindicatos pedem
reabertura das negociações sobre salário e carreira.
Governo diz que conversas acabaram e pressiona por volta às aulas.
Governo diz que conversas acabaram e pressiona por volta às aulas.

A greve
dos professores das universidades federais completa três meses nesta
sexta-feira (17) com um grande impasse entre o governo e os sindicatos da
categoria. O governo apresentou duas propostas neste período, e fechou um
acordo de reajuste salarial com uma das entidades docentes, a Federação de
Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior
(Proifes). No entanto, as outras duas entidades docentes, o Sindicato Nacional
dos Docentes das Instituições de Ensino (Andes) e o Sindicato Nacional dos
Servidores Federais da Educação Básica e Tecnológica (Sinasefe), que iniciaram
o movimento de greve, não aceitaram a proposta.
O governo federal diz que a negociação está encerrada e
pressiona as reitorias das universidades a planejar o calendário de reposição
de aulas. Por outro lado, Andes e Sinasefe afirmam não reconhecer o acordo e
pressiona o governo a reabrir o diálogo. Nesta quinta-feira (16), o sindicato
protocolou no Palácio do Planalto uma carta dirigida à presidenta Dilma
Rousseff pedindo reabertura imediata das negociações com os docentes em greve.
A greve foi iniciada em 17 de maio. Do total de 59
universidades, 57 aderiram à paralisação, além dos 37 institutos, centros de
educação tecnológica e o Colégio Pedro II. Apenas a Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) não
aderiram ao movimento. De acordo com a Andes, professores de 52 instituições
realizaram novas assembleias após o governo assinar o acordo com o Proifes e
votaram pela continuidade da greve.

As principais reivindicações dos servidores são o aumento do piso
salarial em 22,8% e a correção das pendências da carreira desde 2007. O piso
atual é de R$ 1.034. Os servidores fizeram uma greve de quase quatro meses no
ano passado, mas não houve negociação com o governo e a paralisação foi
encerrada.
Durante todo este período, o governo apresentou duas propostas aos
grevistas. A primeira, apresentada no dia 13 de julho, daria reajuste de até
45% aos professores em 3 anos e traria impacto de R$ 3,9 bi aos cofres
públicos, foi rejeitada. Na época, Mercadante havia dito que não havia
"margem" para um aumento maior, por causa da crise.
A segunda proposta mantém o reajuste máximo de 45% em 3 anos, mas
aumenta o piso do reajuste para 25%. O custo total será de R$ 4,2 bilhões até
2015.
Pela nova proposta, o salário inicial, por exemplo, de um professor com
doutorado e de dedicação exclusiva passará nos próximos 3 anos dos atuais R$
7.627,02 para R$ 8.639,50.
Já o salário inicial dos professores iniciantes com mestrado e dedicação
de 40 horas saltará de R$ 3.137,18 para R$ 3.799,70.
A remuneração do professor titular com dedicação exclusiva – aqueles que
estão no topo da carreira – passará de R$ 11,8 mil para R$ 17,1 mil. O governo
propôs também diminuir a quantidade de níveis da carreira de professor
universitário, de 17 para 13, alegando que assim facilitaria a progressão
dentro da profissão.
Até o dia 31, o governo enviará projeto de lei ao Congresso Nacional com
os termos acordados no documento assinado nesta sexta e incluirá no Projeto da
Lei Orçamentária Anual o valor que permitirá o pagamento, em 2013, da primeira
parcela do reajuste proposto.
Greve de servidores
Além da greve dos professores, as universidades federais estão com muitas de suas atividades administrativas paradas por causa da greve dos servidores técnico-administrativos, iniciada em 11 de junho. As negociações com o governo federal prosseguem. Nesta semana, o governo realiza uma série de reuniões com sindicatos de servidores para negociar reajustes e criação de planos de carreiras com o objetivo de por fim às paralisações de dezenas de categorias.
Para os servidores das
universidades, o governo manteve sua oferta anterior de 15,8% de reajuste
parcelado em três vezes até 2015, já apresentada na semana passada. A novidade
foi a reestruturação de alguns cargos, o que provocou aumento do orçamento de
R$ 1,7 bilhões para R$ 2,9 bilhões. Os servidores, porém, reivindicam aumento
de 25%, sendo 15% já em 2013. Uma nova reunião está prevista para esta
sexta-feira (17).
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