Após baixo quórum em plebiscito, Romênia deve manter presidente
Bloco liderado por
primeiro-ministro quer derrubar Traian Basescu.
Votação sobre impeachment aconteceu neste domingo (29).
Votação sobre impeachment aconteceu neste domingo (29).
O baixo
comparecimento neste domingo a um referendo sobre o impeachment do presidente
da Romênia, Traian Basescu, pode minar o esforço de seus adversários para
derrubá-lo do cargo.
A agência eleitoral do país disse que o comparecimento era de
37,7% às 20h (horário local), sugerindo que a União Social Liberal do
primeiro-ministro Victor Ponta, de esquerda, dificilmente conseguiria que
metade do eleitorado votasse até o encerramento das urnas, às 23h.
Turista romena vota em balneário no Mar Negro, em um dos pontos de votação abertos para facilitar a participação de viajantes e moradores de zonas rurais no plebiscito
A não ser que pelo menos 50% dos eleitores votem, o referendo
será invalidado, preparando o cenário para mais confrontos entre Basescu e seus
oponentes no governo.
Basescu
afirmou, no fechamento das seções eleitorais, que os romenos "rejeitaram o
golpe de Estado" da maioria de centro-esquerda, ao não se apresentar em
número suficiente para validar o referendo sobre sua destituição.
"Os romenos rejeitaram o golpe de Estado dos 256
parlamentares liderados por Victor Ponta (primeiro-ministro) e Crin Antonescu
(presidente interino)", declarou Basescu da sede de seu QG de campanha,
minutos depois do fechamento das seções eleitorais.
"Os romenos decidiram seu destino, invalidando o
referendo", acrescentou.
O
presidente interino, Crin Antonescu, disse que a maioria de centro-esquerda
respeitará as decisões da Corte Constitucional, que deve validar ou não o
referendo.
"Agiremos com base no respeito a todas as instituições
habilitadas, seja o Escritório Eleitoral central ou a Corte
Constitucional", afirmou Antonescu assim que fecharam as seções
eleitorais.
Os romenos votaram este domingo no referendo sobre a destituição
do presidente de centro-direita. A taxa de participação de 37,67% era
inferior à do referendo de destituição anterior, em 2007, e que nas eleições
locais de junho.
A sorte de Basescu, de 60 anos, no cargo há oito anos e agora
suspenso, dependia, sobretudo do índice de participação, pois o referendo só
seria válido se mais da metade dos 18,3 milhões de eleitores convocados fossem
às urnas.
Se a participação se situar ao redor de 50%, as tensões
políticas poderão continuar, avaliam analistas. Se vencer o "sim" à
destituição e se alcançar participação suficiente para validar a consulta, será
organizada uma eleição presidencial antecipada no prazo de 90 dias.
Bruxelas observa com atenção o resultado da consulta, após ter
criticado em meados de julho os métodos da União Social Liberal (USL,
centro-esquerda) do premier Victor Ponta para facilitar a destituição do
presidente.
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