Venezuela vai se retirar de Corte
Interamericana
CARACAS - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou na
terça-feira que seu governo vai se retirar da Corte Interamericana de Direitos
Humanos. O mandatário acusou a organização de "atropelar" a Venezuela
e desrespeitar a soberania de seu país. Para analistas, a medida é um protesto
contra uma recente sentença da Corte a favor de um venezuelano acusado de
participar de ataques contra sedes diplomáticas em 2003.
Durante um ato militar realizado na cidade de Puerto Cabello,
Chávez disse que deu instruções ao chanceler Nicolás Maduro para que o governo
venezuelano saia da Corte Interamericana, sediada na Costa Rica.
- Não vamos esperar mais, temos que sair por dignidade - afirmou o
presidente. - A Corte Interamericana se voltou a atropelar a Venezuela e o
direito internacional.
O dirigente criticou o tribunal pela decisão em favor do
venezuelano Raúl Díaz, acusado de participar em 2003 de bombardeios na
embaixada da Espanha e no consulado colombiano em Caracas. Na última
sexta-feira, a Corte condenou a Venezuela por violação do direito à integridade
física e por maus tratos durante a prisão de Díaz, em 2004.
O suposto terrorista nega participação nos atentados, que feriram
quatro pessoas. Condenado a nove anos de prisão, Díaz fugiu da Venezuela em
2010, depois de obter permissão para sair para trabalhar. Chávez acusou o
tribunal de apoiar o "terrorismo" ao se aliar com Diaz.
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