Crise econômica afeta produção da laranja na região
noroeste paulista
Restrição do mercado
norte-americano também é um dos motivos.
Preço da caixa de 40
quilos sai por R$ 4, diferente dos R$ 12 em 2011.
A crise
econômica mundial e a falta de interesse das indústrias de sucos
norte-americanas pela laranja brasileira já mostram os efeitos nos pomares do
noroeste paulista. Com o preço da caixa lá embaixo, produtores abrem mão da
colheita, o que traz prejuízos no campo.
Pés carregados, laranja madura, mas nada de colheita no sítio do
produtor Golo Inouê, em Três Fronteiras (SP),
região de Santa Fé do Sul (SP).
O baixo preço pago pela laranja tem obrigado muitos produtores a deixar as
frutas mesmo que maduras nos pés.
O prejuízo já começa a ser notado pelo desperdício da produção.
Em média a caixa de 40 quilos da variedade pera rio é vendida a R$ 4. Bem menos
do que os R$ 12 pagos no ano passado. “Passou da hora de colher a laranja, mas
não tem comprador. Aí fica exposto ao tempo, cai e apodrece. Não paga o custo
de produção”, afirma Golo. Há mais de 30 anos no ramo, o produtor não esperava
enfrentar uma crise como essa.
De acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura e
Abastecimento de São Paulo, a produção paulista de laranja deve atingir 365
milhões de caixas na safra agrícola deste ano. Uma colheita 5% menor comparada
com a de 2011. Problemas econômicos mundiais contribuíram para a desvalorização
do produto. “Fatores principais da crise é com relação ao estoque brasileiro,
que está alto. A união europeia diminuiu a importação do suco brasileiro e há
restrição do suco brasileiro nos EUA”, diz Vagner Gurian, engenheiro da Casa de
Agricultura.
Quem também enfrenta problemas são os compradores. O comprador Antônio Donizete está com mercadoria parada já que a demanda quase não existe. Até a jornada de trabalho dos funcionários foi reduzida. “Indústria não está moendo a fruta, então sobra muita. E com a lei da oferta, todo mundo quer vender e o mercado interno é pequeno para todos”, diz o comprador.
Quem também enfrenta problemas são os compradores. O comprador Antônio Donizete está com mercadoria parada já que a demanda quase não existe. Até a jornada de trabalho dos funcionários foi reduzida. “Indústria não está moendo a fruta, então sobra muita. E com a lei da oferta, todo mundo quer vender e o mercado interno é pequeno para todos”, diz o comprador.
Mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo setor, o produtor
Claudemir Maschio não perde a esperança. Dono de uma área com 10 mil pés
plantados, o agricultor aposta na recuperação do preço. “Expectativa é que em
agosto aumente a temperatura e o consumo também. E assim dá uma melhorada no
preço”, afirma.
Para tentar pagar as despesas geradas pela manutenção dos
pomares ele vai começar a colheita no mês que vem.
Produtores lamentam o preço cobrado pela caixa da laranja
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