domingo, 29 de julho de 2012

LARANJA


Crise econômica afeta produção da laranja na região noroeste paulista



Restrição do mercado norte-americano também é um dos motivos. 
Preço da caixa de 40 quilos sai por R$ 4, diferente dos R$ 12 em 2011.


A crise econômica mundial e a falta de interesse das indústrias de sucos norte-americanas pela laranja brasileira já mostram os efeitos nos pomares do noroeste paulista. Com o preço da caixa lá embaixo, produtores abrem mão da colheita, o que traz prejuízos no campo.
Pés carregados, laranja madura, mas nada de colheita no sítio do produtor Golo Inouê, em Três Fronteiras (SP), região de Santa Fé do Sul (SP). O baixo preço pago pela laranja tem obrigado muitos produtores a deixar as frutas mesmo que maduras nos pés.
O prejuízo já começa a ser notado pelo desperdício da produção. Em média a caixa de 40 quilos da variedade pera rio é vendida a R$ 4. Bem menos do que os R$ 12 pagos no ano passado. “Passou da hora de colher a laranja, mas não tem comprador. Aí fica exposto ao tempo, cai e apodrece. Não paga o custo de produção”, afirma Golo. Há mais de 30 anos no ramo, o produtor não esperava enfrentar uma crise como essa.
De acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, a produção paulista de laranja deve atingir 365 milhões de caixas na safra agrícola deste ano. Uma colheita 5% menor comparada com a de 2011. Problemas econômicos mundiais contribuíram para a desvalorização do produto. “Fatores principais da crise é com relação ao estoque brasileiro, que está alto. A união europeia diminuiu a importação do suco brasileiro e há restrição do suco brasileiro nos EUA”, diz Vagner Gurian, engenheiro da Casa de Agricultura.

Quem também enfrenta problemas são os compradores. O comprador Antônio Donizete está com mercadoria parada já que a demanda quase não existe. Até a jornada de trabalho dos funcionários foi reduzida. “Indústria não está moendo a fruta, então sobra muita. E com a lei da oferta, todo mundo quer vender e o mercado interno é pequeno para todos”, diz o comprador.
Mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo setor, o produtor Claudemir Maschio não perde a esperança. Dono de uma área com 10 mil pés plantados, o agricultor aposta na recuperação do preço. “Expectativa é que em agosto aumente a temperatura e o consumo também. E assim dá uma melhorada no preço”, afirma.
Para tentar pagar as despesas geradas pela manutenção dos pomares ele vai começar a colheita no mês que vem.


Produtores lamentam o preço cobrado pela caixa da laranja (Foto: Reprodução / TV Tem)Produtores lamentam o preço cobrado pela caixa da laranja

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