ONG francesa pede 'asilo político'
para patos franceses na Califórnia
Paris, 12 jul (EFE).- Uma associação francesa de defesa
dos direitos dos animais solicitou nesta quinta-feira à embaixada americana em
Paris 'asilo político' para os patos do país, depois que o estado da Califórnia
proibiu a venda do foie gras.
A manifestação impulsionada pela ONG L214
reuniu dez pessoas, uma delas fantasiada de pato, para parabenizar o estado
pelo veto, que entrou em vigor em 1º de julho, aplicação prática de uma lei
aprovada em 2004.
'Não é o primeiro país que aprova essa lei,
mas não é sempre que se pode elogiar um país por um avanço', disse à Agência
Efe Brigitte Gothière, uma das porta-vozes da organização, justificando o ato.
A ONG, que foi impedida de entrar na
embaixada e de se reunir com o embaixador, calcula que na França sejam
sacrificados, a cada ano, 70 milhões de patos para a fabricação da famosa
iguaria, dos quais 36 milhões são fêmeas, que acabam sendo 'descartadas' porque
seu fígado é menos apto.
As autoridades francesas, por outro lado,
rejeitaram a proibição californiana, e a ONG L214 respondeu recomendando que
busquem alternativas para o 'gavage', termo usado para denominar a engorda
muito intensificada das aves por dia, considerado um mau-trato ao animal.
Em 4 de julho, o secretário de Estado de
Agroalimentação francês, Guillaume Garot, manifestou interesse em se reunir em
breve com o embaixador americano em Paris, para analisar o veto ao foie gras,
'um produto de grande importância para as exportações agrícolas'.
Nos últimos dias, Garot se encontrou com os
produtores, parlamentares e presidentes dos departamentos afetados pela
proibição, para determinar estratégias que incluem o incentivo às exportações e
o 'restabelecimento da verdade sobre os benefícios' do produto.
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