Idade mínima para aposentadoria
poderia ser 'solução', diz ministro
Mudança seria
apenas para novos segurados que começarem a trabalhar.
Fórmula de 'transição' poderia ser modelo 85/95 com 'fórmula móvel'.
O governo considera propor uma idade mínima para a
aposentadoria de novos segurados que entrarem no mercado de trabalho, informou
nesta terça-feira (3) o ministro da Previdência Social. Segundo ele, a mudança,
que seria feita depois de eventuais alterações nas regras de aposentadoria do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pode ser a solução para as contas
da pasta.
De acordo com o ministro, somente alguns
países do mundo, como Irã, Equador e Grécia, além do Brasil, não possuem idade
mínima de aposentadoria. "O governo considera que idade mínima, para novos
segurados, poderia ser solução, mas há resistências grandes dentro do Congresso
e por parte das centrais sindicais. Não está decidido nada", declarou ele.
Atualmente, vale a regra do fator
previdenciário, cuja substituição o governo aceita negociar. O fator é uma
fórmula criada em 1999 e que leva em consideração a idade, o tempo de
contribuição e a expectativa de vida do brasileiro para o cálculo do valor da
aposentadoria. Entre outras coisas, o instrumento visa reduzir o valor do
benefício de quem se aposenta por tempo de contribuição antes de atingir 65
anos, no caso de homens, ou 60, no caso das mulheres.
Regra de transição
A "regra de transição", que seria aplicada para as pessoas que já estão no mercado de trabalho caso o “fator previdenciário” seja extinto, poderia ser a fórmula 85/95, na qual a aposentadoria seria concedida quando a soma da idade e do tempo de contribuição totalizasse 85 anos para mulheres ou 95 anos para homens, disse Garibaldi Alves.
Segundo ele, porém, poderá ser adotada uma
"fórmula móvel" para as pessoas que já se encontram no mercado de trabalho,
o que significa que a fórmula 85/95 poderia ser ajustada (exigindo mais tempo
de contribuição) na medida em que aumentar a expectativa de vida do brasileiro.
Pela proposta do deputado Pepe Vargas, que
serviu de modelo para início das discussões, as pessoas que desejarem se
aposentar sem ter atingido os pré-requisitos para a fórmula 85/95, porém,
continuariam tendo sua aposentadoria regida pelo modelo do fator previdenciário.
Ou seja, os trabalhadores poderiam continuar se aposentando antes do tempo, mas
seguiriam recebendo menos.
Votação em agosto
"Estamos fazendo um esforço, como a Ideli [ministra de Secretaria de Relações Institucionais] adiantou hoje, para que isso possa redundar em uma votação em agosto, mas estamos ainda discutindo internamente para apresentar às lideranças do governo, e às demais lideranças, quando for o caso, qual realmente é a proposta do governo (...) Tem que haver uma conciliação o que é melhor para a Previdência e para o segurado. Queremos chegar a um consenso", declarou o ministro da Previdência Social.
Para o secretário de Políticas de Previdência
Social, Leonardo Rolim, a proposta de substituir o fator previdenciário, que
terá um impacto de R$ 10 bilhões nas contas do INSS neste ano, somente pela
fórmula 85/95, sem a adoção da chamada "fórmula móvel", traria perdas
para a Previdência Social. "Para os homens, haveria um ganho [de
remuneração] de 15% e, para as mulheres, de 40%", informou ele.
O ministro Garibaldi Alves explicou que, com
o eventual fim do fator previdenciário, o que se espera é manutenção da
sustentabilidade das contas da Previdência Social. "Estamos em uma fase
embrionária. Não passamos dessa fase técnica. Temos que ouvir depois dos nossos
cálculos terem sido devidamente levantados, os parlamentares", disse ele.
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