Indústria considera que primeiro
semestre foi 'perdido', aponta CNI
BRASÍLIA - O primeiro semestre deste ano foi tempo perdido para a
indústria brasileira. Segundo a Sondagem Industrial, pesquisa divulgada nesta
terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no período houve
redução da produção, do número de empregados, do uso da capacidade instalada
(UCI) e aumento dos estoques. A falta de demanda é um dos problemas que
preocupam o empresariado do setor, junto com o com o custo das matérias-primas
e com a inadimplência.
Nem a queda de juros, o aumento nos gastos do governo e as medidas
econômicas adotadas para o setor ajudaram a salvar o semestre, na visão da
indústria, e a estratégia de crescimento via estímulos ao consumo dá claros
sinais de esgotamento. Além disso, a perspectiva para o restante do ano não é
boa, aponta o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da
CNI, Renato da Fonseca, que avalia que há riscos de que o segundo semestre
também seja ruim para o setor.
O indicador de produção ficou em 45,5 pontos em junho, com queda
em comparação a maio (51,6 pontos), o quarto recuo em seis meses. O número de
empregados também recuou 1,5 ponto e marcou 47,2 pontos em junho.
A atividade industrial está mais desaquecida em junho do que no
mês anterior, de acordo com a pesquisa. O indicador de uso da capacidade instalada
efetiva em relação ao usual recuou 2,2 pontos frente a maio, situando-se em
41,8 pontos em junho. Além disso, o uso da capacidade instalada recuou para 72%
em junho, ante 73% registrados em maio.
E o setor ainda está com altos níveis de estoque: segundo a
pesquisa, embora o índice dos estoques efetivos em relação aos planejados tenha
caído 0,6 ponto percentual na comparação entre os dois meses, ficou em 52,5
pontos em junho, permanecendo acima da linha dos 50 pontos, mostrando estoques
em excesso.
As expectativas do setor também mostram deterioração. A evolução
da demanda esperada caiu 0,7 pontos em junho ante maio, para 58,4 pontos, e a
perspectiva de exportações recuou de 55,9 pontos em maio para 53,9 pontos no
mês passado.
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