Rio: eleitor será preso se insistir em
entrar na cabine com celular
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro
(TRE-RJ), desembargador Luiz Zveiter, afirmou nesta segunda-feira, após reunião
com a presidente do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia
Rocha, que o eleitor do Estado fluminense que insistir em entrar na cabine de
votação com o telefone celular será preso e encaminhado para a delegacia mais
próxima da zona eleitoral.
"Não vai poder entrar com ele, seja
ligado ou desligado. A população que fica sob a influência negativa desses
grupos de bandidos, é obrigada a fotografar o seu voto, para demonstrar aquilo
que fizeram. A população não vai pode ser pressionada nesse sentido",
explicou Zveiter.
A maior preocupação são com as áreas de
milícias, que atuam principalmente na zona oeste da capital fluminense, e
obrigam os moradores das localidades dominadas pelos grupos paramilitares a
votarem em seus candidatos.
"Tudo o que for necessário para que a
gente implemente esse tipo de coisa será feito. O que se recusar a deixar o
celular na mesa, onde o eleitor pega a senha, não vai votar e será preso. A
população vai ter consciência disso e não vai criar problema", relatou o
desembargador, que já solicitou a presidente do TSE a presença do Exército para
o processo de implementação das medidas de segurança.
"Eu recebi o pedido de cinco Estados,
incluindo o Rio. Já tivemos uma primeira reunião com o grupo tanto com as
Forças Armadas, quanto com o próprio TSE. Estamos fazendo a orientação de todos
os pontos e vemos com muito bons olhos para dar tranquilidade à sociedade e ao
judiciário. Vamos estudar cada caso e até o final do mês a imprensa terá
ciência", explicou a ministra do STF e presidente do TSE, Cármen Lúcia.
No caso específico do Rio de Janeiro, de
acordo com o presidente do TRE-RJ, os municípios que mais preocupam neste
sentido são as áreas do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em
Itaboraí, Campos e Rio das Ostras, no norte fluminense.
Ainda segundo Zveiter, a força tarefa
reunindo Polícia Militar, Polícia Rodoviária, Polícia Federal, além do próprio
Exército, caso haja autorização do TSE e Forças Armadas, atuará também na
promoção de áreas de exclusão em zonas eleitorais consideradas críticas.
"Por exemplo, vamos ter três locais de votação na zona oeste, que serão
guarnecidos, com um mapeamento, no entorno, para que a população vá, vote e
saia. Não será proibido o direito de ir e vir, mas não vamos correr risco de algumas
pessoas suspeitas ficarem por ali, pressionando de alguma forma o
eleitor", esclareceu.
Outra orientação do TRE-RJ para o pleito no
Estado fluminense será no sentido de montar um quartel general, semelhante ao
Centro de Operações da Prefeitura do Rio, para que as denúncias sejam
concentradas para posterior averiguação e medidas judiciais. A proteção aos
candidatos que se sentirem ameaçados para fazer campanha em alguma localidade
por determinados grupos "também estará garantida. Ele vai acionar o respectivo
juiz para pegar o contingente do Exército, ou mesmo da polícia, para propiciar
que aquela região possa estar segura. Será de acordo com a demanda",
afirmou ainda o desembargador.
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