Pesquisadores brasileiros criam método inovador para
tratar o câncer
Nos laboratórios, uma
substância de nome esquisito tem ganhado destaque. É o álcool perílico, um óleo
extraído de frutas cítricas. O paciente inala o álcool em casa, durante 15
minutos, quatro vezes ao dia.
Uma boa
notícia: os primeiros resultados de uma pesquisa pioneira e totalmente
nacional. Um novo método, desenvolvido na Universidade Federal Fluminense, traz
esperança para o tratamento do câncer no cérebro.
A imagem, na ressonância magnética, mostra um tumor no cérebro
de nove centímetros. O exame foi feito em janeiro em senhor de 70 anos. Seis
meses depois, o tumor havia encolhido para 1,4cm.
“Eu sinto que o meu organismo está bem mais resistente. Me sinto
melhor”, conta o empresário Aristides Ferreira Mulim.
Seu Aristides fez tratamento intensivo, que combinou quimioterapia
e radioterapia. Mas os melhores resultados vieram depois que ele conheceu uma
equipe de pesquisadores da Universidade Federal Fluminense, no estado do Rio.
Nos laboratórios, uma substância de nome esquisito tem ganhado destaque. É o
álcool perílico, um óleo extraído de frutas cítricas.
O tratamento também inova na hora da aplicação do remédio. O
paciente inala o álcool perílico em casa, durante 15 minutos, quatro vezes ao
dia. A opção é bem menos invasiva que o tratamento tradicional e de, acordo com
os pesquisadores, até hoje não há registros de efeitos colaterais, mesmo em
pacientes que vêm sendo tratados há mais de seis anos.
A inalação permite que o álcool chegue ao sistema nervoso
central e iniba a proliferação das células cancerígenas.
“O que nós estamos vendo é que primeiro está regredindo tumores.
Segundo, a sobrevida melhora. Terceiro, a qualidade de vida - já que não é um
produto que não é tóxico -, então os pacientes já têm uma qualidade de vida
melhor”, explica o neurocirurgião Clóvis da Fonseca.
O estudo chamou a atenção de pesquisadores da Universidade do
Sul da Califórnia. O médico americano Thomas Chen disse que os resultados
apresentados por este método são muito melhores do que os de alguns tratamentos
convencionais.
Mas os pesquisadores esclarecem que a quimioterapia ainda é
necessária. Por isso, o próximo passo da pesquisa é juntar no nebulizador o
álcool perílico e os remédios da quimioterapia, que também passariam a ser
inalados.
“Nós chegamos à conclusão que nós temos que combinar várias
drogas para que possamos debelar definitivamente esta célula. Nós vamos poder
diminuir a concentração dos quimioterápicos e diminuir também o dinheiro
gasto”, explica o neurocirurgião.
Com passos cada vez mais firmes, seu Aristides, que acabou de
voltar de uma viagem, está cheio de planos.
“O plano é a gente fazer outra viagem já”, conta o senhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário