Balão intragástrico reduz apetite e só é eficiente com
mudança de hábitos
Procedimento é recomendado
para pessoas com IMC acima de 50.
É importante adotar hábitos saudáveis após colocar o balão.
Emagrecer
é um desejo da maioria das pessoas. Mas, quando esse desejo envolve a saúde, a
necessidade é ainda maior. Algumas pessoas tentam perder peso com tratamentos
clínicos, acompanhamento de especialistas como nutricionistas, preparadores
físicos e psicólogos, mas mesmo assim, não conseguem.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, o excesso de peso e a
obesidade aumentaram nos últimos seis anos. A proporção de pessoas acima do
peso avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o
percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%.
Nesses casos de super obesidade, as pessoas recorrem à colocação
do balão intragástrico, um procedimento que reduz a capacidade do estômago pela
metade e provoca a perda de apetite e a saciedade, auxiliando no emagrecimento.
Mas, segundo o endocrinologista Alfredo
Hapern, é importante manter uma alimentação equilibrada e se consultar
com especialistas mesmo após colocar o balão.
De 100
pacientes que colocam, 75 conseguem cumprir a meta mínima, que é perder 10% do
peso. Mas, dos pacientes que conseguem emagrecer, 47% recupera o peso após um
ano da retirada do balão. Ou seja, não adianta recorrer ao procedimento se,
paralelamente, os hábitos não forem alterados.
A colocação é apenas um tratamento auxiliar, não uma cirurgia, e
deve ser temporária, ou seja, o balão permanece no estômago por seis meses,
como recomenda o gastroenterologista, Eduardo Moura. Além disso, ele não
provoca nenhuma mudança metabólica.
Estudos mostram que, diferente da cirurgia bariátrica, o balão
tem eficácia limitada e não provoca mudanças fisiológicas e hormonais capazes
de controlar as doenças associadas à obesidade, como diabetes.
Apesar de ser mais recomendado para pessoas com o Indíce de
Massa Corpórea (IMC) acima de 50, também podem fazer o procedimento super
obesos que precisam fazer uma cirurgia, mas correm alto risco. O uso do balão
geralmente serve como um pré-operatório, para reduzir risco anestésico, cirúrgico
e clínico.
Segundo o gastroenterologista Eduardo Moura, quando o paciente não tem o
IMC acima de 50, é de responsabilidade de o médico avaliar a necessidade da
colocação do balão intragástrico, mesmo que essa não seja a recomendação do
Conselho Federal de Medicina.
Ainda de acordo com o gastroenterologista, pessoas com IMC entre 30 e 35
também podem colocar o balão, desde que tenham alguma doença relacionada à
obesidade, como hipertensão, diabetes e problemas articulares.
A maior parte dos pacientes coloca o balão para diminuir peso e fazer a
cirurgia bariátrica.
Como é colocado
O balão intragástrico é feito de silicone e o volume de soro que ele armazena varia entre 400 ml e 700 ml. Com o paciente anestesiado ou sedado, ele é colocado através da endoscopia: entra vazio pela boca, passa pelo esôfago e chega ao estômago.
O balão é insuflado através de um conector, que injeta soro fisiológico
com azul de metileno para identificar quando ele se rompe. Quando isso
acontece, a urina sai azul ou esverdeada, indicando que houve um problema.
Quando o balão esvazia espontaneamente, é como se fosse um pneu de carro
que fura e murcha lentamente, não é como uma bexiga que estoura. Nestes casos,
ele deve ser retirado. Para ser retirado, também é feita a endoscopia: é feita
uma pequena perfuração no balão, é aspirado o líquido e ele é removido.
Nos primeiros dias após a colocação do balão, o paciente pode sentir
náusea, vômito e cólica. Isso ocorre porque o corpo tenta expelir o balão. As
náuseas são comuns porque o balão aumenta o volume de suco gástrico no estômago
na tentativa de colocá-lo para fora.
Dieta
De acordo com o endocrinologista Alfredo Halpern, a dieta diária para quem coloca o balão intragástrico varia de 850 a 1200 calorias. Não é possível quantificar somente uma refeição, pois vai depender da forma como o paciente consegue ingerir. O importante é que a pessoa hidrate-se ao longo do dia.
O paciente mantém uma dieta líquida nos primeiro 21 dias após a
colocação do balão. Nessa fase só é permitido tomar isotônicos, água de coco,
picolé de frutas e chá. Após este período, são acrescentados alimentos mais
cremosos, como sopas. Depois de 30 dias, o paciente começa a ingerir alimentos
sólidos, mas numa quantidade muito pequena.
Alerta
O Conselho Federal de Medicina (CFM) diz que é proibido qualquer anúncio de procedimentos em jornais. Porém, a punição ao médico só ocorre se o CFM for comunicado. Isso pode ocorrer de três formas: através de denúncia, matéria publicada na imprensa ou quando um paciente que teve problema em decorrência do procedimento entra com ação contra o médico. A partir disso, o CFM abre sindicância para apurar o caso. O médico pode ser simplesmente advertido ou até cassado.
2 comentários:
já tentei de tudo para emagrecer,mas engordava de novo,e depois dos meus 32 anos complicou mais ainda,quero muito colocar o balão,acho que me ajudaria muito,pq sou muito ansiosa,qual o valor,existe algum lugar que posso ser voluntaria para colocar? obrigada
Esse procedimento é muito caro tem de graça no hospital público
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