Oi, TIM e Claro são proibidas de vender
linhas a partir de segunda
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
anunciou, nesta quarta-feira, a suspensão por tempo indeterminado da venda de
novas linhas telefônicas de três companhias de telefonia celular a partir da
próxima segunda-feira. A agência proibiu a TIM de vender em 19 Estados, a Oi em
5 Estados e a Claro em 3. A medida também impede portabilidade de clientes às
operadoras punidas.
A determinação da Anatel também vale para os
modens. As empresas deverão apresentar, nos próximos 30 dias, um plano de
investimentos para o setor que contemple a melhora na oferta dos serviços. Se a
determinação for desrespeitada, as operadoras pagarão multa de R$ 200 mil por
dia. Por ter sido uma determinação da Superintendência de Serviços Privados da
Anatel, e não uma decisão conjunta dos conselheiros, as empresas podem
recorrer.
Desde segunda-feira, as lojas da Oi, Vivo, TIM e
Claro de Porto Alegre já estavam proibidas de vender novas linhas telefônicas
após o Procon local receber inúmeras reclamações sobre perdas de sinal e
"pontos cegos" de cobertura na cidade.
Segundo o presidente da agência reguladora, João
Rezende, a melhora na qualidade dos serviços vai ser cobrada de todas as
empresas de telefonia. "As telefônicas vão ter que melhorar a qualidade da
rede, a questão de chamadas que não completam e a diminuição na interrupção dos
serviços, principalmente no caso de acesso à internet móvel", afirmou.
"Acreditamos que é uma solução extrema, mas
queremos arrumar o setor, estamos para receber eventos esportivos que vão
demandar muito uso das redes. O mercado de telefonia é muito potente, o leilão
do 4G mostrou isso, e estamos preocupados", disse o presidente.
Só haverá uma companhia proibida
de vender novas linhas por Estado, segundo o presidente da Anatel. Juntas, as
três empresas penalizadas detêm cerca de 70% do mercado de telefonia. A Vivo,
companhia com a maior quantidade de clientes, não sofreu sanções.
Operadoras
A Oi informou, em nota, que vai manter o diálogo com a agência, mas que a análise da Anatel "não reflete os investimentos maciços realizados em melhorias de rede. O entendimento da Oi é que a análise está defasada em relação à evolução recente percebida na prestação dos serviços". Segundo a empresa, em todo o Brasil, o investimento é de R$ 6 bilhões neste ano e o plano estratégico de quatro anos da Oi prevê investimentos totais de R$ 24 bilhões, no período de 2012 a 2015.
A TIM informou que está desenvolvendo um conjunto
de projetos para ampliação de infraestrutura e que em 2013 a previsão é que 80%
das maiores cidades brasileiras estejam conectadas por fibra ótica. A empresa
disse ainda que nos últimos quatro anos investiu cerca de R$ 3 bilhões ao ano
na melhoria de sua capacidade e expansão de rede. "Diante do exposto, a
TIM irá tomar todas as medidas necessárias para restabelecer o quanto antes a
normalidade de suas atividades."
A Claro disse que faz investimentos em rede no
Brasil, sendo R$ 3,5 bilhões em 2012. A operadora disse ainda que apresentará
"prontamente" à Anatel o plano de investimentos.
O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de
Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) informou que foi
"surpreendido" com a medida e que o setor de telecomunicações, junto
ao de energia, é o principal investidor em infraestrutura no Brasil. De acordo
com nota divulgada pela entidade, "a decisão foi baseada em queixas
apresentadas ao Call Center da Anatel, que não revelam as reais condições das
redes que suportam os serviços. A Anatel considerou dados dos últimos meses,
que não refletem os investimentos realizados pelas prestadoras nesse
período".
O SindiTelebrasil afirma ainda que
o setor cobra das autoridades ações para implantação de infraestrutura e cita
Porto Alegre como uma das cidades que tem legislação restritiva, "que
atrasam a expansão de serviços". "Mais uma vez, o setor afirma que a
suspensão das vendas só traz prejuízos para a população e não resolve os
eventuais problemas de qualidade dos sinais de telefonia móvel."
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