Voluntários brasileiros somam 25% da
população do país
Psicólogo destaca que fazer o bem ao
próximo beneficia não só quem é ajudado, mas também aquele que executa a ação.
Classe media é a que mais faz trabalho voluntário.
Pesquisa Ibope encomendada pela Rede Brasil Voluntário
revela que 25% da população brasileira já fizeram ou participam de alguma ação
voluntária. Este percentual representa aproximadamente 35 milhões de
brasileiros. O “Cidades e Soluções” apresenta os detalhes do maior estudo já
feito no país sobre esse imenso exército de anônimos, que dia a dia faz a
diferença na vida de um número ainda maior de pessoas. De acordo com a
pesquisa, a maioria dos voluntários brasileiros é do sexo feminino (53%), tem
39 anos de idade (22%), pertence a classe C (43%), está empregado (67%) e tem
filhos (62%).
A diretora executiva do Rio Voluntário,
Heloisa Coelho, comemora o fato de que 87% das pessoas que realizam esse tipo
de trabalho estão motivadas a continuar. Destes, 67% revelam que são
voluntários por solidariedade, pelo prazer de ajudar o próximo. Outros 32%
dizem se dedicar ao voluntariado para melhorar o mundo. Heloísa destaca também
a importância das instituições religiosas.
“Há uma predominância muito grande no
voluntariado em instituições religiosas. Segundo a pesquisa, 67%. É tradição, o
voluntariado veio durante séculos sempre ligado a igrejas e isso ainda é
predominante”, informa Heloisa Coelho, diretora executiva do Rio Voluntário.
Ser voluntário, porém, não serve apenas para
ajudar quem precisa. Segundo o psicólogo Luis Aimbinder, fazer o bem ao próximo
beneficia não só quem é ajudado, mas também aquele que executa a ação: “É a
coisa mais saudável que existe em termos físicos e psicológicos, porque dá um
sentido à vida. A pessoa que está deprimida se pergunta que razão tem para sair
da cama, o que há para fazer hoje. Quando ela faz o trabalho voluntario, passa
a ter a necessidade de sair, dá um significado para a sua vida”.
A revolução digital e o incremento das redes
sociais na internet abriram espaço para o serviço voluntário online.
A pesquisa diz que a maioria das pessoas que
se dedica a esse tipo de voluntariado é classe media, depois seguida da classe
alta. Ao todo, 87% deles têm celular e 62% acessam a internet. Há dois anos, o
Centro de Valorização da vida, que há meio século realiza um serviço gratuito
de apoio emocional e prevenção do suicídio por telefone, inaugurou o serviço on
line, que vem crescendo rapidamente.
Muitas empresas já perceberam que estimular o
voluntariado dá lucro. Quando o funcionário tem a chance de aprender novas
funções e assumir novas responsabilidades, a empresa também se beneficia disso.
À frente do Conselho Brasileiro de
Voluntariado Empresarial, a ex-ministra da assistência social Wanda Engel
reconhece que o estímulo do setor privado à mão de obra voluntária no Brasil é
relativamente recente: “Basicamente o voluntariado empresarial no Brasil começa
na década de 90 com o (sociólogo) Betinho”. Ele trouxe a ideia como forma de
cidadania e as empresas estatais criaram os seus comitês contra a fome etc.
O voluntariado também vem sendo estimulado em
algumas escolas do país, como no caso do centenário Colégio Cruzeiro, com seus
1,8 mil alunos no centro do Rio: “A demanda surgiu por parte dos alunos em
2006. Eles foram procurar alguns professores e houve uma mobilização do
colégio. Dali em diante, montamos cinco frentes de trabalho, buscamos parcerias
de instituições próximas da escola, e aí não parou mais” revela Luciane
Hentscke, coordenadora de ação social da Unidade Centro e Jacarepaguá do
colégio.
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